Capital bahiana planeja integrar transportes...
Segundo a arquiteta Marisa Oliveira, coordenadora em Planejamento de Transporte Público da Secretaria Municipal de Transportes e Infraestrutura (Setin), o sistema é inspirado na Rede Transmillenium de Bogotá, e tem como foco o transporte de massa, em veículos de alta mobilidade.
Estações da Transmillenium, em Bogotá servem de exemplo para Salvador.
Segundo ela, as vantagens do sistema é que a implantação pode ser modulada, exige um baixo custo e curto prazo para implantação, estimados em apenas dois anos. “Efetuada em etapas distintas, com prioridades para algumas áreas mais emergentes, a construção do sistema exigirá, no entanto, uma mudança em toda a engenharia e arquitetura de transporte coletivo de Salvador”, afirma.
O novo perfil de mobilidade junto ao grande aumento do número da frota de automóveis trouxe a necessidade de projetos para melhoria da circulação e maior fluidez do tráfego. “Os estudos realizados pela prefeitura apontam para criação de corredores exclusivos para ônibus com maior capacidade que vão circular nas principais vias da cidade, como as avenidas Paralela, Juracy Magalhães, ACM, Vasco da Gama, Mário Leal Ferreira, entre outras”, explica a arquiteta.
Muito blá-blá-blá e sem novidades
O novo sistema não traz muitas novidades, apenas integra os já existentes, ônibus, trens e o futuro metrô. As principais inovações são os ônibus conjugados, de grande velocidade, alta capacidade em números de passageiros transportados e trafego em corredores exclusivos. Todas estas características, velhas conhecidas dos soteropolitanos, já que a capital baiana teve um sistema similar na década de 80.
Segundo Lídia Santana, assessora estratégica de gestão da Setin, e responsável pelos projetos de trânsito para a Copa, o sistema de fato não traz soluções inovadoras, porém é o aproveitamento integral e atualizado de um antigo projeto que foi aplicado parcialmente e interrompido nas antigas gestões municipais por questões políticas.
A assessora aponta os inúmeros benefícios do projeto para a mobilidade na capital baiana. “O sistema terá capacidade de transportar cerca de 80 mil passageiros por hora, reduzindo o tempo de espera nos pontos de ônibus, de 18 para 3 minutos e o tempo médio de percurso de 35 para 22 minutos”, apontou Santana.
PDDU Salvador-2008 (Transportes)
“Eu espero é que com essa Copa, as coisas mudem para a gente mais pobre”
Enquanto isso, a empregada doméstica Anete Silva, moradora do bairro de Periperi, no Subúrbio Ferroviário de Salvador reclama. “A prefeitura deveria era terminar o metrô e construir uma linha até os bairros mais pobres. Esses ônibus sanfonas (como eram conhecidos) já foram testados e não deram certo, só viviam quebrando e engarrafando a cidade”, desabafou. A dona de casa passa pelo menos duas horas para chegar de casa ao trabalho. “Eu espero é que com essa Copa, as coisas mudem para a gente que é mais pobre”, finalizou.
Oportunidade
A assessora da Setin não tem dúvidas de que a Copa é a oportunidade que a cidade terá para resolver muitos problemas, entre eles o de mobilidade. “A escolha de Salvador para sediar a Copa implica na aplicação de recursos em diversas áreas, o trânsito é apenas uma delas”, garantiu. Questionada sobre o custo do projeto, a assessora afirmou que a prefeitura não tem como implementar o projeto com recursos próprios, por isso o incluiu no programa de financiamento do Projeto de Aceleração do Crescimento da Mobilidade, conhecido como PAC - da Copa e aguarda apenas a liberação dos orçamentos para iniciar as obras.
Extraído de: COPA 2014
Marcadores: Cidades e Urbanismo, Salvador
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