Comentários sobre a Revolução Industrial... [1]
Em meados do século XVIII aconteceu na Europa um fenômeno que transformaria não só a sociedade européia, mas teria efeitos e conseqüências em todas as artes do globo. A Revolução Industrial, como ficou conhecido este processo, aconteceu inicialmente na Inglaterra com o desenvolvimento da indústria manufatureira têxtil que culminou com o aparecimento de máquinas. Em seguida, porém já no século XIX, outras nações européias se industrializaram, principalmente a França e a Bélgica (na primeira metade do século) e a Alemanha (na segunda metade do XIX). Além dos Estados Unidos da América (EUA) que também conheceram sua industrialização em fins do século XIX.
Muitas teorias foram desenvolvidas a fim de tentarem explicar as causas que levaram a Europa a se industrializar, sobretudo a Inglaterra. Cyro Rezende em seu livro História Econômica Geral aponta que se afirmam pelo menos três causas diferentes: a primeira seria a comercial, isto é, o desenvolvimento mercantilista proporcionou grande aumento de capital, sendo este último o principal propulsor para o progresso industrial; a segunda causa colocada é a da Revolução Agrícola, ou seja, no período em que se deu a Revolução Industrial apesar de haver um comércio desenvolvido, a atividade principal do setor econômico era a agricultura e que tinha passado no século anterior muitas transformações e inovações, aumentando sua produtividade e lucros gerando assim condição necessária para um avanço da atividade industrial; e um terceiro em que Cyro Rezende traz a questão financeira, na medida em que o desenvolvimento e aumento de importância dos bancos criaram condições sustentáveis para que se gerasse crédito propiciando o incremento no setor industrial.
Destarte, todas as teorias apontadas, faz-se necessário perceber que nenhuma delas podem ser colocadas como causa única da Revolução Industrial, é imprescindível compreender que no movimento sincrônico da História, uma confluência de fatores mais gerais, como os anteriormente citados, em consonância ainda com as questões locais e regionais é que promoveram o que denominamos Revolução Industrial.
Todavia, porque denominar Revolução Industrial? Esta indagação pode ser esclarecida quando são expostas as conseqüências destas mudanças ocorridas no setor industrial europeu tendo a Inglaterra como parâmetro. Ao se perceber o que significou a criação das máquinas de tear e fiar pode-se imaginar quais mudanças foram essas. A introdução destas máquinas aumentou em graus surpreendentes a produção, que por sua vez necessitou mais mão-de-obra, que precisava de mais mercado consumidor e que por sua vez gerava mais demanda de produção. Isto gerou um aperfeiçoamento da técnica, as máquinas que tinham propulsão humana, passaram a propulsão animal e depois o vapor d’água. Estima-se, segundo o livro de Cyro Rezende que as máquinas a vapor na Inglaterra no início do século XIX geravam uma força que se fosse pela mão humana necessitaria de 40 milhões de trabalhadores. O desenvolvimento da maquinaria e da grande indústria gerou a necessidade de máquinas mais resistentes, deste modo o ferro passou a ser produzido em mais quantidade e aplicado não as máquinas, mas aos meios de transportes, que já utilizavam o vapor como força propulsora, assim navios de ferro e locomotivas de ferro, ambos movidos a vapor, encurtaram distancias, baratearam os preços e proporcionando que os produtos circulassem e chegassem a diversos lugares, tomando a ferrovia, por exemplo, no fim do XIX nos EUA já havia mais de 340 mil km de ferrovias.
Por conseguinte, com as informações supracitadas podemos perceber como a Revolução Industrial transformou radicalmente a maneira de produzir e também a sociedade. Posto que originou uma grande migração do campo para a cidade, formando as cidades em gigantescos conglomerados para a época de então, contudo vale ressaltar que os aspectos abordados aqui falam mais especificamente da chamada I Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra, sobretudo e dominada pelo vapor como força propulsora e pelo ferro como principal elemento na composição das máquinas.
REFERÊNCIA:
REZENDE, Cyro. História econômica geral. São Paulo: Contexto, 2003.
Marcadores: Contemporânea
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