sábado, 14 de agosto de 2010

Anotações sobre o candomblé...[2] (situação histórica e o terreiro)






O candomblé cultua os orixás, deuses das nações africanas de língua Yourubá. Estes deuses são dotados de sentimentos humanos: são extremamente vaidosos e ciumentos.
O candomblé é uma religião genuinamente brasileira, que tem sua matriz na África Ocidental. Esta nova religião começa a Ter origem no Brasil entre os séculos XVI e XIX, com o tráfico dos escravos africanos que foram trazidos para construir a história deste país. O candomblé assim como a umbanda recebeu grande repressão por parte dos colonizadores portugueses, eles consideravam tais religiões como feitiçaria. Segundo alguns estudiosos, é por este fato que começou a surgir o sincretismo religioso, ou seja, para sobreviver as perseguições, os adeptos passaram a associar os orixás aos santos católicos.
O terreiro é o local onde a comunidade se reúne para realizar as atividades do candomblé. É uma parte da África no Brasil. São como ilhas africanas onde todo o universo (Orum e Aye) se reúne. Ali os orixás são convocados e pode ser trocado o Axé e garantida a dinâmica e a continuação da vida.
Os terreiros são unidades completas e fechadas e não existe entre os diversos terreiros nenhum tipo de compromisso, mas pode haver uma relação de amizade.
Na África existem centenas de orixás, mas no Brasil há a penas pouco mais de uma dezena. O terreiro é composto por diversos espaços: há o espaço das pessoas, que é o espaço urbano, civilizado, da ordem. Há o espaço "mato", não civilizado, misterioso, onde estão as plantas sagradas, que representam uma mata africana. Este espaço deveria ser reservado ao Babalossaim (o sacerdote de Ossaim, o orixá das plantas).

No espaço civilizado, quatro tipos de construções devem estar presentes: os Ilê-Orixá, os Ilê-Axé, a casa ou espaço para o culto público e as casas de moradia, que são ocupadas por família de forma permanente ou temporária. Os Ilê-Orixás são os pontos centrais de um terreiro. Ali ficam os assentos dos orixás. Cada orixá tem seu próprio assento e seu Pegi, que é o altar de cada orixá. A casa ou barracão é o maior espaço do terreiro. É o lugar da dança, dos atabaques, da platéia e das pessoas de destaque.
No Pegi estão objetos utilizados na iniciação, quando da fixação de um orixá na cabeça de um iniciado. Diante do Pegi são colocadas oferendas geralmente em forma de alimento. Diante do Pegi, os filhos de um orixá apresentam as oferendas e recebem em troca o Axé, isto é, a dinâmica da vida.
São colocados Pegis para os orixás que tenham filhos naquele terreiro. Exceção feita a Exu, que tem Pegis em todos os terreiros, embora não se fale muito na existência de filhos de Exu. Exu é o orixá mensageiro, o orixá dos caminhos, é quem aplaina s caminhos para os outros orixás, por isso um Pegi para ele em cada terreiro.
No terreiro há também um espaço para os mortos, que fica entre o urbano e o mato. Os mortos são chamados de Eguns e também são objetos de culto. Só através da iniciação, alguém pode ser membro de um terreiro, e este terá de seguir uma rígida disciplina.

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2 Comentários:

Blogger PALAVRAS AO VENTO disse...

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15 de agosto de 2010 às 02:13  
Blogger Raffael disse...

Obrigado pela visita... que seja costume passar por aqui!

Já passei lá no mural de vcs... em breve deixo recado‼

Abraço

26 de agosto de 2010 às 10:55  

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