Falando superficialmente sobre fontes documentais...
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As fontes documentais constituem importante manancial para os historiadores, sua utilização de forma sistemática se deu com o advento do criticismo metódico no século XX quando a História ganhou o status de disciplina cientifica e acadêmica. Antes a escola metódica, que dentre outros, teve o historiador alemão Ranke como principal expoente, existiram trabalhos que fizeram o uso dos documentos, no entanto sem exercer a exegese documental, ou seja, a averiguação da veracidade do documento, a análise do documento para saber se ele é verdadeiro ou não.
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(Leopold Von Ranke)
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A máxima desse período foi “o documento fala por si” (Ranke), esta assertiva acabou levando os historiadores de então a procurar tão somente documentos oficiais, e seu trabalho consistia no descrever os fatos de acordo com o que estava nos documentos. O historiador deveria se afastar do que no documento estava contido, isto para manter a neutralidade axiológica e descrever os fatos exatamente como aconteceram.
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Grande mudança foi levada a cabo pelo Annales, foi quando aconteceu a chamada Revolução Documental, não houve o abandono do criticismo em relação ao documento, contudo foi ampliado o conceito de documento, tudo que o homem produz no seu tempo é constituído de intencionalidade, portanto todo documento e deste modo “todo documento é monumento”, como atesta o historiador francês Jacques Le Goff, autor da denominada terceira geração dos Annales ou da Nouvelle Histoire. A partir de então, da segunda metade do século XX, as fontes documentais continuaram sendo usadas nas pesquisas de historiadores, mas com novas perspectivas e metodologias adequadas a cada tipo de documento, que podem ser: do legislativo (atas de câmara, leis, etc.), do executivo (decretos, portarias, etc.), do judiciário (inventário, testamento, etc.), eclesiásticos (registros de batismo e casamento, etc.) e muitos outros.
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Para que o historiador possa se utilizar deste tipo de fonte é necessário saber que nem sempre encontrará os arquivos (locais onde comumente estão os documentos) bem organizados, muitas vezes o pesquisador nem encontrará um arquivo propriamente dito. O pesquisador deve fazer um fichamento de cada documento lido e estudado, contendo informações bascas como autor, data e local. Ao utilizar as fontes documentais o historiador precisa ser paciente, pois nem sempre encontrará logo o que pesquisa e até mesmo acabará por ser responsável pela organização de um arquivo, haja vista que muitos se encontram em estado de completa desorganização, sobretudo os públicos.
Para saber mais leia:
PINSKY, Carla Bassanezi. Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2005. 302 p
Marcadores: Práticas Historiográficas
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