domingo, 8 de maio de 2011

Princesas se materializam...

E aí eu li certa vez: Príncipes não existem. Li, parei, pensei, parei e li de novo... Será? Bem, sendo verdade ou não, o motivo do meu dedilhar sobre o teclado é para dizer que Princesas também não existem! Aliás, Princesas se materializam e se desmaterializam, fenomenalizam em nossas vidas. Fenomenalizam? Sim, do grego phainesthai (fenômeno), aquilo que aparece, que se mostra. Pois então, Princesas são fenômenos da natureza, e como os fenômenos, se materializam e se desmaterializam em um piscar de olhos, dá até para duvidar que existam de fato. Na filosofia, a fenomenologia é o sistema que se propõe a estudar a descrição e a classificação dos objetos tais como eles são, é a busca do estudo dos fenômenos em si mesmos e não sobre o que é dito sobre eles. Dito isto, eu já estaria errado em colocar minhas reflexões pessoais e subjetivas sobre outra subjetividade que é a existência ou não de Princesas, contudo vamos lá... Elas não existem porque: #princesasematerializa



Como o grande mestre Gilberto Gil compôs: “Minha Princesa, quanta beleza coube a ti / Minha Princesa, quanta tristeza coube a mim”, ou seja, Minha Princesa, que está no vocativo, é sinônimo de tristeza, relacionada justamente com a beleza que ela contém. Elas surgem no meio da multidão, na roda de amigos ou em um diálogo demorado, quero dizer que as Princesas na maioria das vezes estão sob nossos olhos, mas eles custam a enxergá-las, e muitas vezes já é tarde. Outras vezes elas se mostram propositalmente, de repente nossos olhos são subtraídos por uma imagem que nos faz dividir todo nosso tempo e tentar somar nossas qualidades e nossos gostos com aquela aparição quase que surreal. A beleza que se faz bela constantemente aos nossos frágeis corações logo nos enche de entusiasmo e alegria e, em uma busca ora incansável ora muito cansativa, queremos junto ao substantivo mais-que-perfeito que ela já é: Princesa, somarmos um vocativo possessivo: Minha. O que pode parecer possessividade na verdade é vontade de que aquele momento seja perene, eterno e ininterrupto; vontade de que a surrealidade aparecida seja permanecida em contraponto a realidade antes vivida. #semprincesa




E o que acontece? Elas se diluem, se esvaem, se desmaterializam, somem na poeira, pegam a BR, vazam... E ficamos tontos, bobos. De embevecidos e extasiados com aquele primeiro momento (que não tem tempo cronológico definido, só sei que quando chega o segundo momento, o primeiro parece nem ter existido) passamos a desiludidos, destroçados e despedaçados. É a beleza que inebria nossa alma e nos faz esquecer do tempo e sobre as Princesas que já vieram e já se foram só nos resta a memória, óleo sobre o vazio do tempo que faz escorregar em nosso ser todas as lembranças que o fenômeno chamado Princesa nos fez viver em algum momento tão curto de nossa vida, porém inesquecível.
E o que é, é estável e perene / E o que não é, é fluído e incosntante / #princesanaoexiste

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1 Comentários:

Blogger Unknown disse...

Muito boa a postagem e pela qual foi inspirada. Cito apenas um trecho em português de umas das canções do animado Pocahontas, presente na postagem:

"O que eu gosto no rio mais é que ele nunca está igual
A água sempre muda e vai correndo
Mas não podemos viver assim
E este é o nosso mal"

9 de maio de 2011 às 10:15  

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