No Futuro do Pretérito [1]... (Passagens de um Estágio Docente na Universidade)
O estágio é um dos componentes
curriculares para a formação profissional, é neste momento em que situamos as
não fronteiras entre teoria e prática, posto que diante dos conhecimentos
específicos apreendidos durante a vida acadêmica mais as habilidades e técnicas
estudadas para o ensino, demarcamos o quanto aprendemos para o desenvolvimento
de nossa profissão, que neste caso é a de professor de História. Mas junto com
o estágio se iniciou um conjunto de problemas, desafios e argumentos sobre ele
(o estágio) em si mesmo.
Para início de conversa, o semestre em
que se desenrolou este estágio se tornou motivo de desestímulo e cansaço, pois
devido a um estado de greve por mais de três meses, o semestre passou a ter a
aparência de “interminável”. Vale salientar que, ainda no início, este semestre
seria balizador em muitas questões para a minha formação acadêmica, mesmo sendo
este memorial sobre a disciplina Estágio Curricular Obrigatório II, não há como
desvinculá-lo de todo o conjunto de disciplinas em que o estudante é orientado
a se matricular no sexto semestre de Lic. Em História na UEFS, a saber: Brasil
III, Contemporânea I, Pesquisa IV e Ciência Política, além é claro do próprio
Estágio II. Dito isto, faz necessário saber que este foi o semestre em que mais
fui compelido a me dedicar ao estudo, à leitura, à problematização do saber
acadêmico em geral, tendo em vista que este conjunto de disciplinas, a partir de
seus docentes, criaram problemas histórico-acadêmicos o semestre inteiro (e nem
o semestre e nem os problemas foram pequenos).
Atendo-se ao Estágio II, estive
motivado desde o início, esta era uma das disciplinas que eu tinha mais
curiosidade, pois é o momento universitário além-muros, lugar de construção do
saber fazer acrescido do saber aprender no lugar de direito do professor: a
escola. Todavia, desde o início da disciplina, foi transparecendo o quão
doloroso seria a realidade estagiária, que em certa medida tem haver com o
método utilizado pelo professor de Estágio, e haver também com a maneira pela
qual cheguei a disciplina, isto é, sem problematizações sobre Educação e
História, bem como com a não leitura sistemática dos textos nas disciplinas de Educação
anteriores. Assim, estas nuances acarretaram em um desafio maior ao
desenvolvimento do estágio.
Acerca do procedimento docente do
professor de Estágio, foi uma experiência conflitante desde o início, tendo em
vista que a cada aula aparecia mais a distância entre o vivido na universidade
e a realidade que nos esperava em sala de aula. Outro conflito também foi a
maneira de como construir a proposta de intervenção pedagógica, no primeiro
momento pareceu fácil (era somente escrever o que fazer na aula e pronto),
contudo o que pareceu ser simples se tornou complexo. Não houve um conjunto de
leitura propostas nesta disciplina para montar um planejamento didático, talvez
isto tenha sido o agente dificultador, por exemplo, quando houve a discussão
sobre avaliação a partir do texto referenciado, houve para mim uma maior
compreensão sobre a discussão dos processos avaliativos em sala de aula. Se de um
lado senti carência de textos, existiu do outro uma correção incessante das propostas de
intervenção pedagógica que sempre tinha “um algo a mais” ou “um algo a menos” a
ser explicitado. Confesso que em alguns momentos isto passou a ser
desestimulante, uma vez que parecia ser impossível fazer algo razoável,
entretanto depois de muitos cafés, menos horas de sono, e sem dúvida, o retorno
às leituras que ficaram para trás, acredito que houve melhoras não só na
escrita do planejamento, como também na acepção e concepção de aula de História
para ensino fundamental.
Ainda falando da parte do estágio que
se dá na universidade, as aulas em sua maioria foram bastante produtivas,
principalmente cujas aquelas foram sobre debates de textos acerca da formação
docente e das discussões sobre o andamento do estágio nas escolas, no entanto para
mim, exisitiu uma deficiência bibliográfica, poderia ter tido mais indicações
de referências textuais para a nossa formação durante o Estágio II. Outra coisa
importante a ser destacada é a carga horária real de estágio, em que pese a
necessidade da orientação do professor de estágio durante a regência nas
escolas, há uma excessiva quantidade de horas que devemos ficar atrelados a
sala de aula na universidade, juntamente com o período de leituras, de
planejamento de aulas, de ACs e de regência propriamente dita, tudo isto ultrapassa em
muito as 105h contidas na proposta curricular para o Estágio II do curso de
História, é preciso rever a disposição no que se refere a carga horária das
aulas de Estágio para um bom funcionamento dele mesmo, a fim de otimizar as
orientações, observações e as atividades do estágio.
Marcadores: Educação
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