Desculpa lá...
Já
se vão um bocado de dias e tudo ainda parece novo, às imagens repetidas emoções
novas vividas. O caminho de todo dia é sempre carregado de matizes, há cores em
tudo que vejo. O calor já sobreveio de forma intensa, o sol é de novo
protagonista. Aos dias frios, ficaram as memórias das adaptações, das andanças
com três camisas acrescidas de agasalhos e luvas. Agora já se anda de
havaianas, camiseta regata e bermuda. O sol reluz muito mais a cidade e há
ainda o acréscimo contínuo de turistas.
Sobre
os turistas, cada dia uma experiência nova: depois de meses instalado num
lugar, ver outros consultando mapas para encontrar os lugares é uma imagem que
sempre me leva a recordar os primeiros dias por aqui. Todos os dias chegam
grupos e mais grupos que olha e reolham os mapas procurando desde a Capela dos
Ossos às Termas Romanas, porém nem sempre os mapas codificam bem os caminhos e o
“boca a boca” se faz necessário. E é aí, que já na face de meio morador e meio
turista sou indagado: - Onde fica as Portas de Moura? Como faço para chegar na
Praça do Sertório? São alemães e franceses e japoneses e chineses e turcos e
ingleses e holandeses e brasileiros e tantos outros, todos os dias povoando a
praça do Giraldo, sentados às mesas dos cafés a espreitar o cotidiano
alentejano de Évora.
De
matizes a praça do Giraldo entende, estranhamente todo dia percebo uma
tonalidade mais marcantes nas vitrines, forros de mesa, anúncios e nas roupas
dos transeunte; há dias de tons vermelhos, ou amarelos (amarelo bem pouco que
já basta quase a cidade toda), ou azuis, ou verdes, enfim, existe sempre um tom
predominante. Ainda vou descobri o site http://giraldofashion.com e saber como
seguir as tendências daquela praça. E
como é gostosa essa rotina diferente de todo dia, assim vou caminhando e
querendo saber mais - ler uma informação sobre a arte mudéjar ou informar como
chegar ao Templo Romano, saborear os variados doces do Alentejo ou me virar na
cozinha para preparar uma salada; transcorrendo os dias procurando querendo
saber viver.
E
desculpa lá, Évora, com seus 25 anos de cidade Patrimônio Cultural da
Humanidade vai se tornando para mim Patrimônio Pessoal Intangível.
Marcadores: É(s)Quadros..., Évora
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