Eu vos declaro...
Estou casado. Este pensamento
sobreveio à mente dele horas depois da euforia da cerimônia religiosa, da
recepção e da despedida dos amigos. Ali, onde foi programada sua noite de
núpcias, ele rememorava suas inquietudes, suas desilusões, suas dúvidas acerca
de si mesmo e para com o mundo.
Desde pequeno, tivera uma
educação rígida e toda vez que entrava em contato com outras crianças,
sentia-se deslocado diante delas. Havia também uma timidez persistente, que o
levava a procurar lugares onde poderia estar mais só, que o abstivesses de ter que
se relacionar com pessoas novas. Essa timidez e uma criação, às vezes demasiada
rígida, acompanhou-o até a faculdade.
Na Academia, depois de um
tempo, ele tornou-se menos “bicho do mato”; no entanto, não era um dos mais
populares de sua universidade. Na verdade, ele tinha medo de que as pessoas
fossem falsas com ele, o machucasse (talvez por isso o afastamento e o
estranhamento). Difícil explicar é como ele se aproximou de uma garota e
conquistou como namorada, aliás, este foi seu primeiro contato com outro ser
humano. Logo decidiu casar, apaixonou-se por ela e decidiu que ela seria a mãe
de seus filhos.
Ele só queria ser feliz e
viver tranquilamente e o dia do casamento chegou e ali estava ele, em frente a
ela, em sua noite de núpcias, desconcertado naquele quarto de hotel, imaginando
mil maneiras de como tocar o corpo dela e torná-la efetivamente mãe de seus
futuros filhos.
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