segunda-feira, 29 de junho de 2009

Falando superficialmente de Durkheim e Weber

Durkheim era conservadorista do modo de exploração do capitalismo. Destacam-se na obra de Durkheim as características atribuídas ao fato social – a externalidade, que implica a independência e auto suficiência do fato social em relação às consciências individuais, e a coercitividade, uma vez que condiciona a vida das pessoas, apesar do conflito que existe entre o indivíduo e as imposições coletivas. Trata-se o homem como portador de uma “autonomia falsa”. O fato social, na sua definição, expressa a coerção que o meio exerce sobre os indivíduos perfeitamente inofensivos na maior parte do tempo.

Émile Durkheim propõe a passagem de uma sociedade mecânica, na qual o indivíduo tem sua individualidade anulada em relação a coletividade, ocasionando uma dependência que torna o homem um objeto à disposição da sociedade, para uma sociedade orgânica, onde no exercício da prática comum, resultante da especialização do trabalho, os indivíduos conscientes de seu papel recebem usos e práticas legitimados pelo grupo a que pertencem e deste modo há um jugo menor tendo em vista o espaço disponível às partes. A presença da matriz positivista é claramente observada na forma idealizada como o cenário social é colocado, restando ao indivíduo adequar-se ao meio.


Ao contrário de Durkheim, Max Weber através de um estudo complexo sobre o assunto possibilita a compreensão do surgimento e desenvolvimento do domínio que os homens impõe e submetem-se quando em sociedade. Weber destaca que as formas de dominação, caracterizadas pela violência considerada legítima, ocorrem através de três vertentes básicas: domínio tradicional, domínio carismático e domínio racional-legal. O domínio tradicional é apresentado, segundo a perspectiva weberiana como sendo “a autoridade do 'ontem eterno' , isto é, dos costumes ratificados pelo reconhecimento de que não se poderia imaginar antigo e da orientação habitual para o conformismo. É o domínio 'tradicional' exercido pelo patriarca e pelo príncipe patrimonial de outrora”.


Essa forma de dominação, estabelecida a partir do controle dos bens de produção, impõe uma relação de dependência a qual os indivíduos submetem-se visando à sobrevivência como destacava Karl Marx. A situação na qual um assalariado, por exemplo, se encontra assegurará ao empresário capitalista o apoio (obediência) necessário à administração exercida através da autoridade. A obediência às imposições ocorre, portanto, segundo Weber, devido a “recompensa material” (salários para o servidor público ou subsistência, ainda que precária, no caso do escravo) e a “honraria social” (a homenagem do Estado ao militar condecorado é um exemplo).

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