quinta-feira, 25 de junho de 2009

História e Cinema: O nome da rosa (1986)

O Nome da Rosa

Título Original: Der Name Der Rose
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 130 minutos
Ano de Lançamento (Alemanha): 1986
Estúdio: Cristaldifilm / France 3 Cinéma / Les Films Ariane / Neue Constantin Film / Zweites Deutsches Fernsehen
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: Jean-Jacques Annaud
Roteiro: Andrew Birkin, Gérard Brach, Howard Franklin e Alain Godard, baseado em livro de Humberto Eco
Produção: Bernd Eichinger
Música: James Horner
Fotografia: Ronino Delli Colli
Desenho de Produção: Dante Ferretti
Figurino: Gabriella PescucciEdição: Jane Seitz

Baseado no romance de Umberto Eco, lançado em 1980, o filme O Nome da Rosa de direção de Jean-Jacques Annaud, se passa em uma abadia beneditina do norte da Itália onde uma série de assassinatos estava acontecendo e sendo atribuídos ao demônio. É com a chegada de dois “padres”, da ordem franciscana, que vêm tentar solucionar esses crimes que o enredo do filme começa a desenrolar-se. Apesar de o filme basear-se em um romance, esse estilo é um entre os demais explorados no filme, onde o suspense é a mola propulsora do filme. Com a chegada de Guilherme de Baskerville acompanhado pelo noviço Adson as coisas na abadia começam a mudar.

Entre os séculos XII e XIII, época em que se passa o filme (1327), tem o surgimento da escolástica, que constitui o contexto filosófico-teológico das disputas que se dão na abadia em que se situa O Nome da Rosa. A escolástica significa literalmente "o saber da escola", ou seja, um saber que se estrutura em torno de teses básicas e de um método básico que é compartilhado pelos principais pensadores da época e no filme é representado pelo franciscano Baskerville. A influência desse saber corresponde ao pensamento de Aristóteles, trazido pelos árabes (mulçumanos), que traduziram muitas de suas obras para o latim. Essas obras continham saberes filosóficos e científicos da Antigüidade que despertariam imediatamente interesses pelas inovações científicas decorrentes, é por isso que notamos que Guilherme de Baskerville utiliza instrumentos de origem árabe, como bússola, astrolábio e lupas.

Ao chegarem à abadia para solucionar a morte de um monge que segundo alguns religiosos do local haviam se matado por obra do demônio, porém uma mancha preta no dedo e na língua do monge deixa Guilherme em dúvida. Com a morte de mais um monge que por sinal também trabalha na biblioteca da abadia e o mesmo também se encontrava coma mesma mancha preta no dedo e na língua o que levou Guilherme a crer que a chave para desvendar esses crimes estava biblioteca, contudo quando foi investigar na biblioteca, esse foi impedido pelo bibliotecário.

Entretanto como um bom investigador Guilherme não aceitou o não como resposta e a noite fora junto com Adson investigar na biblioteca, porém em meio à investigação alguém desviara sua atenção e ambos foram em perseguição, ao se separarem Adson fora parar em uma cozinha da abadia onde ao se esconder de alguém que chegava acabou encontrando uma moça que lá estava à mesma Adson já havia visto enquanto fazia suas investigações com o mestre Guilherme, essa moça era muito pobre. E naquela mesma cozinha Adson acaba por conhecer os prazeres da carne com esta moça. Após ter relações sexuais com a moça, o noviço encontra um coração e assustado vai ao encontro do mestre, que constata que aquele coração era de um animal que serviria de pagamento aos serviços da moça caso essa não tivesse afeição ao homem com o qual transasse o que não aconteceu.


Porém Guilherme acabou achando a entrada secreta da biblioteca que levara aos livros que foram indexados pela Igreja, pois o pensamento dominante, que queria continuar dominante, impedia que o conhecimento fosse acessível a quem quer que sejam salvos os escolhidos. No O nome da Rosa, a biblioteca era um labirinto e quem conseguia chegar no final era morto. Só alguns tinham acesso. É uma possível alegoria do Umberto Eco, que tem a ver com o pensamento dominante da Idade Média, dominado pela igreja. A informação restrita a alguns poucos representava dominação e poder. Era a “idade das trevas”, em que se deixava na ignorância todos os outros.

Estes livros indexados representam àqueles que foram proibidos pela instituição Católica, pois não foram interpretadas as luzes do pensamento cristão medieval e que os monges mantêm em segredo, logo Guilherme acaba por concluir que as mortes ocorrem devido algum desses livros que deveria estar envenenado, porém os religiosos do local preferiam delegar as mortes ao demônio porque possuir esses livros era crime e caso comprovado a pena seria a morte na fogueira da inquisição. A morte de mais um monge leva os monges do local a atribuírem os crimes ao monge Salvatore, antes herege, a moça pobre e mais outro monge.

Julgados pelo inquisidor Bernardo Gui, que representava o juízo da Igreja que salvaguardava seus valores e doutrinas, ambos são levados à fogueira. Porém um incêndio na abadia começando pela biblioteca tira a atenção dos monges o que acarreta na fuga da moça. Solucionadas as mortes e ambas atribuídas a um livro de Aristóteles o qual possuía veneno e ao ler e passar o dedo na língua o leitor morreria envenenado. Ao fim do filme, Adson mais velho, que é o narrador do filme, confessa que apesar do passar dos tempos ele não esquece o rosto da moça.

O filme nos faz recordar de como no passado o conhecimento era monopolizado pela igreja já que a grande maioria das universidades encontrava-se senão dentro das igrejas, e essas pertenciam ao clero. Por isso é que a biblioteca tem que ser secreta, porque ela inclui obras que não estão devidamente interpretadas no contexto do cristianismo medieval, baseado nas doutrinas agostinianas. O acesso à biblioteca é restrito, porque há ali um saber que é ainda estritamente pagão (especialmente os textos de Aristóteles), e que pode ameaçar a doutrina cristã. Como diz ao final Jorge de Burgos, o velho bibliotecário, acerca do texto de Aristóteles – a comédia pode fazer com que as pessoas percam o temor a Deus e, portanto, faz desmoronar todo esse mundo.

O filme também retrata como era mais fácil atribuir crimes atos demoníacos do que a erros de dentro do próprio clero. Também é possível observar como para os jovens da época que queriam “crescer” na sociedade e estes não nasceram ricos a única forma era seguir a Igreja e submeter-se a ela essa era a única forma de primeiro não morrer e de fome e depois ter uma carreira religiosa que lhe concedesse algumas regalias.


A possível associação do titulo do filme é que como Adson nunca soube o nome da moça ela a chamara de rosa daí o filme se chamar O Nome da Rosa, outra possibilidade é que A expressão "O nome da Rosa" foi usada na Idade Média significando o infinito poder das palavras. A rosa subsiste seu nome, apenas; mesmo que não esteja presente e nem sequer exista. A “rosa de então”, centro real desse romance, é a antiga biblioteca de um convento beneditino, na qual estavam guardados, em grande número, códigos preciosos: parte importante da sabedoria grega e latina que os monges conservaram através dos séculos.

Esse filme é interessante para quem estuda História, Sociologia, Filosofia, dentre outras disciplinas do campo das ciências humanas, já que este retrata muito bem os aspectos como a influencia da Igreja no que diz respeito ao conhecimento dentre outros aspectos.

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2 Comentários:

Blogger Lucas Santana disse...

Até hoje não assisti esse filme. =/

Me parece ser muito bom. Ainda quero conferir [apesar de você ter acabado de me contar todo]. rs.

26 de junho de 2009 às 01:14  
Blogger REWIL Pinturas e Restaurações Residenciais... disse...

Graças ao Deus todo poderoso que enviou o seu filho poderoso , Jesus de Nazaré para desfazer toda a obra mentirosa do diabo. A verdade é de Deus, e sempre permanecerá. A biblia diz que o lugar de todo mentiroso que naõ se arrepende é no inferno

2 de abril de 2011 às 21:01  

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