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sábado, 4 de dezembro de 2010

Falando superficialmente sobre os movimentos de independência na América Latina...


Oi pessoal, depois de um tempo afastado estou aqui mais uma vez reunido com vocês, retornando as postagens continuarei com algumas séries que venho desenvolvendo como Você conhece a Bahia? além de notícias diversas de Salvador e Feira de Santana, principalmente ligados as querelas urbano-sociais que este municípios enfrentam e sem dúvida dividindo um pouco de conhecimento histórico sobre tempos e espaços diversos de nossa História e Memória! Desejo a tod@s uma boa leitura sobre o que segue, apenas coisas superficiais para a reflexão acerca dos movimentos de independência na América Latina. Abraço‼

Os movimentos de independência ocorridos na América Latina, sobretudo no início do século XIX, foram marcados em sua maioria por conflitos violentos que levaram a fragmentação de quase toda a América Espanhola. O sentimento de separação foi surgindo ao longo do tempo nestas colônias, a motivação para que se eclodissem vários movimentos separatistas têm haver com o que vinha acontecendo nos países da Europa daquela época: Revolução Industrial, Revolução Francesa, supremacia inglesa no comércio, Bloqueio Continental, etc.
Falando um pouco sobre a Europa, durante o século XVIII a Inglaterra e logo em seguida a França passaram por um fenômeno que ficou conhecido de Revolução Industrial, que representou um aumento na produção de manufaturas com a inclusão de máquinas a vapor. O principal tipo de indústria que logo se desenvolveu foi a têxtil. Processo originalmente surgido na Inglaterra, logo se espalhou pelos países vizinhos, sendo a França a principal concorrente dos produtos ingleses. Contudo, a Inglaterra possuía diversos acordos de comércio exclusivo com países do continente europeu e conseqüentemente suas colônias e isso incomodava os interesses franceses, deste modo, após a Revolução Francesa, que derrubou a monarquia absolutista e ascendeu a burguesia industrial ao poder, Napoleão Bonaparte se tornou imperador e decretou o Bloqueio Continental.
O Bloqueio Continental consistiu em uma tentativa de Napoleão barrar o comércio dos países europeus com a Inglaterra. De que forma ele tentou isso? Vale lembrar que a Inglaterra é uma ilha, e seu desenvolvimento para o comércio se deu juntamente com o desenvolvimento de navegação, quer seja comercial ou de guerra, recebendo até o apelido de Invencível Armada. Posto isso, Napoleão, que possuía o exército mais poderoso, declarou que aqueles países que mantivessem o comércio com os ingleses seriam invadidos.

Ora, os países da península ibérica (Portugal e Espanha) há muito já tinham acordos com a Inglaterra, navios ingleses transitavam por entre suas colônias, as manufaturas inglesas já faziam parte do cotidiano de europeus e americanos. Um desses acordos, por exemplo, é o tratado de Methuen, onde Portugal declarava somente importar da Inglaterra as manufaturas que precisasse, enquanto o Estado inglês somente compraria vinhos produzidos por Portugal. Assim, nenhum dos dois países seguiu a determinação napoleônica e os franceses atacaram os países ibéricos. A Espanha teve seu rei Fernando VII posto em cativeiro e Portugal que seria o próximo alvo de Napoleão, por uma decisão do príncipe regente D. João, "fugiu" com a corte para sua colônia americana, o Brasil.

Estes fatos mexeram com os desejos e ânimos dos indivíduos na América, vale salientar que dois países já havia se tornado independente, os Estados Unidos em 1776 e o Haiti em 1791. Somando estes fatores, especificamente nos países de colonização espanhola não aceitaram as determinações de Napoleão. Quando convocada as Cortes em Cádiz, os americanos já tinham um sentimento de pertencimento à nação espanhola, assim, queriam ter participação igual nos processos decisórios nas Cortes. Dentre outras reivindicações estavam a inclusão das castas no censo e na participação eleitoral e autonomia administrativa para as diversas províncias da América. Mas detiveram-se a primeira questão. Os parlamentares americanos até conseguiram uma maior participação nas Cortes, contudo não alcançaram a paridade tanto almejada.
Daí decorreu diversos debates, mas a unidade entre a Nação espanhola e as colônias americanas não chegou a um denominador comum e diversas unidades administrativas se declararam independentes. Sobre estes processos ainda vale ressaltar que as províncias e vice-reinos tinham posturas internas diversas. Enquanto em algumas o sentimento da existência de uma nação fora exaltado, em conflito com o ser espanhol, surgindo assim um novo país. Havia uma camada da elite conhecida como realistas que pensavam em declarar a independência somente das Cortes de Cádiz, mas esperava que quando o rei Fernando VII voltasse ao trono as coisas voltassem ao seu lugar de origem, exceto pela condição de que já não deviam mais ser considerados como simplesmente colonos, mas como cidadãos da Espanha. Assim, após os conflitos políticos e batalhas com os defensores da permanência da ligação com a Espanha, surgiram diversos conflitos internos pela disputa do poder nos países recém-criados.

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