Porque Tudo Muda...

sexta-feira, 29 de maio de 2009

PLATÃO

  • PESSANHA, José Américo Motta. Platão e as idéias. In: REZENDE, Antonio (Org.). Curso de Filosofia: Para professores e alunos dos cursos de segundo grau e de graduação 11.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002. p. 51-67.

Em 428 ou 427 a.C. nasceu em Atenas, Platão, cuja vida foi marcada por constante atividade filosófica, a sua morte se deu em 348 ou 347 a.C. Platão viveu numa época em que a Grécia, e particularmente Atenas vivia um excepcional desenvolvimento econômico e cultural, devido a derrota dos persas e das conquistas políticas de Péricles, grande líder político ateniense que morreu um ano antes do nascimento de Platão.

Na sistema político de Atenas, o regime que dominava era a democracia (governo do povo), todas as decisões eram tomadas em Assembléia diretamente pelos cidadãos, contudo os cidadãos eram apensas os homens livres e nascidos na cidade, ficando sem direito à cidadania as mulheres, os estrangeiros e os escravos e portanto as decisões não eram tomados por todos da pólis e sim por uma parcela da população.

Platão logo percebe que era difícil de instaurar uma política firme e duradoura em Atenas, já que em tempos de paz poucas pessoas compareciam as Assembléias, e mais, muitos cargos eram decididos na tiragem da sorte, pois os gregos achavam que era o meio mais justo. Neste contexto, muitos sábios vieram a Atenas para ensinar a retórica, os sofistas como eram chamados, eram hábeis na arte da argumentação e da persuasão e logo fascinaram jovens aspirantes à vida política, que queriam Ter eloqüência para terem o poder na então democracia de Atenas.



Ainda jovem, Platão interessa-se pela filosofia, ele descendia de família tradicional e aristocrata, e também queria participar da política. Seu primeiro contato foi com a tese do movimento universal das coisas, de Heráclito de Éfeso, mas o grande acontecimento foi o seu encontro com Sócrates.

Sócrates que era um conversador insaciável, um perguntador implacável, afirmava que tinha uma missão: de se conhecer a si mesmo e levar os outros ao autoconhecimento, à conquista da própria alma. Ele levava as pessoas a este autoconhecimento através de diálogos bem conduzidos, onde opiniões frágeis e enganosas acabavam por serem desmascaradas, opiniões sem fundamento, Sócrates conduzia as pessoas que pensavam que pensavam a reconhecerem que nem sabiam o que estavam pensando.

Um das principais técnicas que Sócrates utilizou foi a maiêutica, que é dar a luz opiniões sólidas e fundamentais, e Platão é levado a reformular seu projeto de juventude que era entrar na política. O jovem Platão entende que antes de se falar de justiça, é preciso saber o que ela é, e percebeu que em seu tempo havia uma política oportunista e não com uma ética, uma pedagogia e portanto sem uma ciência.

Com a morte de Sócrates em 399a.C, Platão de novo descontenta-se com sua pólis, pois um justo como Sócrates não pudera continuar lá vivendo e fora assassinado por ela, assim ele vê que Atenas estava longe de ser uma cidade ideal e desta forma, fazer política torna-se para Platão, projetar e construir uma cidade ideal, digna de Sócrates e sua filosofia justamente passa a procurar os fundamentos teóricos deste projeto político.

Depois da morte de seu mestre, Platão viaja pela Hélade, vai desde o Sul da Itália, ao norte da África, onde aprende muito com matemáticos e políticos pitagóricos, os quais influenciarão de maneira determinante sua filosofia.

Em aproximadamente 387 a.C. Platão funda a Academia, que é o primeiro modelo de universidade e pioneira instituição no permanente ensino e pesquisa. O objetivo da academia era sobretudo dar uma preparação política baseada na busca da verdade e da justiça. Na Academia não havia conhecimentos supostamente prontos e definitivos e transmitidos, mas um esforço conjunto pela procura pela verdade, exercício permanente para conhecer mais e melhor.

A filosofia platônica configura a primeira grande síntese do pensamento antigo: o imobilismo parmenídico (da escola eleática) junto com o mobilismo universal (de Heráclito de Éfeso), Portanto ela tenta conciliar essas duas correntes de pensamentos e também a matemática, pois principalmente depois de suas viagens, Platão vê na matemática a base do pensamento filosófico, filosofar é fazer metamatemática. De fato, no pórtico da Academia estava escrito: “Aqui não entre que não sabe geometria”. Durante sua vida, Platão dividiu sua vida entre as atividades de ensino e pesquisa na Academia, tentativas de interferir na política e a realização de suas obras- os Diálogos.

Platão tornou-se um dos maiores escritores de todos os tempos, pois conseguiu unir como ninguém questões filosóficas com grande beleza literária, pois eles escreveu basicamente com Diálogos. Estas obras são verdadeiros dramas em prosa, onde o protagonista majoritário é sempre Sócrates, sendo assim uma tarefa difícil, muitas vezes distinguir o que é filosofia socrática do que é filosofia platônica, visto que o que conhecemos de Sócrates é justamente aquilo que seu discípulo Platão escreveu nestes diálogos.

No entanto as obras de Platão comumente são divididas pelos historiadores em: diálogos da juventude ou socráticos, diálogos da maturidade e diálogos da velhice. Platão também deixou cartas e seu ensinamento oral foi em parte transcrito por seu discípulo Aristóteles.


Para Platão, o ideal de um filósofo era o seu mestre Sócrates, mas Platão foi muito além das teorias socráticas, principalmente ao colocar nos diálogos socráticos, que são verdadeiros embates de consciências e que leva ao autoconhecimento, o método dos geômetras, pois além de despertar consciências, a filosofia platônica busca a resolução de questões teóricas. Destarte, a filosofia platônica inaugura uma nova maneira de filosofar, não buscando uma coisa atrás, uma situação anterior, mas por meio de coisas intemporais, que explicam sempre por que cada coisa é o que é, basicamente é este o método dos geômetras, que propunham hipóteses nas resoluções dos problemas matemáticos.

A partir daí, Platão reconhece que o mundo sensível é um impedimento a construção de um conhecimento seguro e estável, e então ficar-se-ia no relativismos proposto pelos sofistas, como Protágoras de Abdera, que afirmava que “o homem é a medida de todas as coisas”, de fato as sensações apenas fornecem evidências momentâneas e individuais.

E a principal conseqüência destas teorias e métodos, é proposta de que se afirme hipoteticamente a existência de “formas” ou “essências” ou “idéias”. Essas essências seriam incorpóreas e imutáveis, existindo em si mesmas. Embora Platão as chame de idéias, não deve-se confundir com o que existe na mente humana, nem como conceitos nem como representações, ao contrário existem em si.

A hipótese do mundo das idéias leva a uma questão: Como o homem que vive no tempo e espaço pode conhecer algo intemporal e incorpóreo? Para esta questão surge outra hipótese, o homem também possui algo incorpóreo e indestrutível, semelhantes à natureza das idéias. O corpo possui uma alma, de forma imortal, que no momento anterior teve conhecimento destas idéias, mas que presa ao corpo se esquece do conhecimento anterior, porém os sentidos ao apreenderem objetos, que são cópias imperfeitas das essências que a alma contemplara, permite a alma que se lembre da “idéias”. Desta forma o conhecimento é reconhecimento, retorno, reminiscência.

O reconhecimento é feito por vária etapas, a verdade não é dada de início. Primeiro estamos no mundo sensível, da opinião e ascendemos primeiros das sombras e da ilusão para a crença e objetos sensíveis, o próximos passo é entra no mundo inteligível, o mundo da ciência através de objetos e conhecimentos matemáticos para enfim chegar as idéias através da dialética, que é o último passo para o Bem.

Platão é considerado por muitos o maior nome da história da filosofia, muitos até comentam que os demais filósofos limitaram-se apenas a fazer anotações e comentários a seus escritos. De fato, o pensamento platônico marca quase todos os setores da cultura Ocidental: a filosofia, a ética, a teoria política, a ciência, a religião, etc. Isto acontece pela riqueza de temas abordados em suas obras e também o fato de pensar sempre aberto a todas as possibilidades, confrontando e examinando as hipóteses.
Podemos ver esta influência desde a Antigüidade, com o neoplatonismo e por último com Plotino, na Idade Média, onde a patrística utilizou os ensinamentos platônicos na tentativa de harmonização da razão filosófica com a fé religiosa, e mesmo depois do advento da escolástica que é marcada principalmente pela filosofia aristototeliana, o platonismo deu alicerce a diversas correntes teológica e filosóficas medievais.
Seu pensamento influenciou a criação da física-matemática, inspirou as linhas modernas do racionalismo e todos aqueles pensadores que se apoiam na matemática e que vêem na matemática o modelo da razão. E não só na matemática, a linguagem literária de Platão é indiscutível. Na política, devido ao seu jogo de hipóteses, é possível buscar argumentos favoráveis do fascismo ao comunismo, dependendo sempre da ênfase que se queira dar a determinada hipótese ou a determinado aspecto da filosofia platônica.
De fato, Platão é presença constante em todos os momentos da filosofia do ocidente, foi na busca pela verdade, examinando todas as hipótese, analisando as opiniões que o fez um grande filósofo. Pois esta busca incessante pela sabedoria, demonstra o seu amor pela sabedoria, o que deve ser inerente a qualquer que se preste a estudar filosofia e nesta ginástica espiritual, no desfio do jogo da idéias é que a verdade é tida como prêmio final, como a luz que chega após a derrota das sombras e ilusões.

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quinta-feira, 28 de maio de 2009

Um pouco de Platão e Aristóteles...

Platão defendia o Inatismo, nascemos como princípios racionais e idéias inatas. A origem das idéias segundo Platão é dado por dois mundos que são o mundo inteligível, que é o mundo que nós, antes de nascer, passamos para ter as idéias assimiladas em nossas mentes.

Quando nós nascemos no mundo conhecidos por todos, o mundo em que vivemos, denominado por Platão como mundo sensível nós já temos as idéias formuladas em nossas mentes mas muito guardadas que para serem utilizadas é necessário “relembrar” as idéias já conhecidas através do mundo inteligível, é a teoria da reminiscência.


Para Platão existem quatro formas ou graus de conhecimento que são a crença, opinião, raciocínio e indução. Para ele as duas primeiras podem ser descartadas da filosofia pois não são concretas, sendo as duas últimas são as formas de fazer filosofia. Para Platão tudo se justifica através da matemática e através dessa que nós chegamos a verdadeira realidade.

Para Platão o conhecimento sensível (crença e opinião) é apenas uma da realidade, como se fosse uma visão dos homens da caverna do texto “Alegoria da Caverna” e o conhecimento intelectual (raciocínio e indução) alcança a essência das coisas, as idéias.


Já Aristóteles era um filósofo que podemos dizer que era empirista, pois para ele as idéias são adquiridas através de experiência, na realidade não existia o Empirismo na época de Aristóteles, muitos filósofos como eu defendo que Aristóteles foi um dos criadores das principais idéias do Empirismo e para outros filósofos ele é apenas um realista, um filósofo que dá muita importância para o mundo exterior e para os sentidos, como a única fonte do conhecimento e aprimoramento do intelecto.

Ao contrário de Platão, Aristóteles defendia que a origem das idéias é através da observação de objetos para após a formulação da idéia dos mesmos. Para Aristóteles o único mundo é o sensível e que também é o inteligível.


Aristóteles diz que existem seis formas ou grau de conhecimento: sensação, percepção, imaginação, memória, raciocínio e intuição. Para ele o conhecimento é formado e enriquecido por informações trazidas de todos os graus citados e não há diferença entre o conhecimento sensível e intelectual, um é continuação do outro, a única separação existente é entre as seis primeiras formas e a última forma pois a intuição é puramente intelectual, mas isso não quer dizer que as outras formas não sejam verdadeiras mas sim formas de conhecimento diferentes que utilizam coisas concretas.


A teoria das idéias apresentada por Platão(figura à esquerda), diz que você vem ao mundo com suas idéias já formuladas e que essas idéias são intemporais, e Platão explica as diferentes idéias sobre o que é justiça, dizendo que ela é inata e todos tem a mesma fonte do que seria a justiça.

Já a tese formulada por Aristóteles(figura à direita) permite

essa diferença, pois as idéias não são assimiladas por todasa as pessoas na mesma fonte, pois a fonte é a experiência e nem todos tem as mesmas experiências.


A teoria Platônica não permite a introdução de novas idéias no mundo inteligível, já através da observação, princípio Aristotélico, a introdução de novas idéias é perfeitamente possível.


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terça-feira, 26 de maio de 2009

Concepção Clássica das Ciências Sociais


As ciências sociais diferem das ciências naturais nos seguintes aspectos: enquanto estas procuram compreender os fenômenos da natureza, buscam soluções para problemas de ordem natural e são empiristas, aquelas a partir de determinada perspectiva constituem um estudo aprofundado do homem enquanto ser social.
As ciências sociais se dividem em: Economia (que estuda as relações de produção); Sociologia (que estuda o homem inserido na sociedade); Antropologia (que estuda o homem enquanto ser humano); Psicologia (que estuda a
psiché; isto é, a mente humana em um contexto social) e o Direito (que estuda fundamenta regras e normas para a vivência em sociedade).

Etimologicamente, sociologia significa estudo da sociedade (
socios do latim, que significa sociedade acrescido de logia do grego, que significa estudo). Entretanto podemos dizer que é a ciência que estuda os fenômenos sociais que alavacam ou atravacam o progresso, através de análises sobre um determinado fato social, diferenciando-se assim da filosofia social, que diz como a sociedade deve ser, ao contrário, a sociologia diz como a sociedade é. Esta ciência está dividida em diversos campos de atuação, dentre os quais podemos citar a Sociologia Rural, a Sociologia Urbana, a Sociologia do Trabalho, a Sociologia do Direito, a Sociologia Política. Assim a sociologia possibilita um diagnóstico da sociedade em que se vive, promovendo métodos de trabalho para a solução de problemas de ordem social, bem como a organização, a estrutura e previsão de problemas futuros.

Augusto Comte elevou a Sociologia como ciência, prescrevendo métodos para nalisar a sociedade parecidos com os métodos da Física de seu tempo, ele ainda enumerou um conjunto de Ciências essenciais para o estado positivo, são elas: Matemática, Física, Astronomia, Química, Biologia e a emergente Física Social (Sociologia). Ao se deter a esta Física Social, Comte concluiu que quando os homens tivessem amor a si mesmos, poderiam construir uma sociedade mais justa, depois viria a ordem, que é a base de uma sociedade, fundamentando-se na teoria da estática e por fim o progresso, que baseia-se na teoria da dinâmica. Este pensamento foi de extrema importância para o conceito de Estado positivo, afirmado pelo próprio Comte e aceito na então contemporânea sociologia.

Comte elaborou três Estados da sociedade: o teológico, o metafísico e o positivo. O primeiros aceita os pensamentos mitológicos ou religiosos, é a época do monoteísmo, o período primitivo, onde as coisas são aceitas porque "Deus quis assim". O segundo é o Estado metafísico ou panteísta, tudo é Deus neste momento, é o período em que se acredita na imanência das coisas, tudo é gerado na natureza das coisas. O terceiro e o mais importante é onde não há mais espaços para crenças transcendentes, a religião é um mal, o homem é único motor do progresso, resolve por si só seus problemas,

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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Conceitos Filosóficos: Imagem


Imagem (do latim imago) significa representação visual de um objeto. Em grego antigo corresponde ao termo eidos, raiz etimológica do termo idea ou eidea, cujo conceito foi desenvolvido por Platão. À teoria de Platão, o idealismo, considerava a idéia (ou idéia) da coisa, a sua imagem, como sendo uma projeção da mente. Aristóteles, pelo contrário, considerava a imagem como sendo uma aquisição pelos sentidos, a representação mental de um objeto / objeto real, fundando a teoria do realismo. A controvérsia estava lançada e chegaria aos nosso dias, mantendo-se viva em praticamente todos os domínios do conhecimento.


Em senso comum, envolve tanto o conceito de imagem adquirida como a gerada pelo ser humano, em muitos domínios, quer na criação pela arte, quer como simples registro foto-mecânico, na pintura, no desenho, na gravura, em qualquer forma visual de expressão da idéia.Nas ciências exatas. como em matemática, o termo "imagem" é entendido como representação de um objeto / objeto especializado, que exige técnicas e ferramentas especiais.

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quarta-feira, 20 de maio de 2009

A respeito do conhecimento...


O saber de cada sociedade é o reflexo dela mesma, a maneira como se estrutura as esferas materiais e imateriais do conhecimento humano projetam o que contém no cerne de cada sociedade ou sistema social. Este conhecimento concebido, promove um (s) estilo(s) de vida que são vistos muitas vezes com certa estranheza por aqueles que não conhecem determinados modos de vida social. O conhecimento é gerado nas experiências trocadas entre os seres humanos, este conhecimento da experiência sensitiva humana, gera teorias acerca do mundo material e até mesmo transcendente, que por sua vez são novamente refletidos no cotidiano da sociedade, constituindo desta forma a relação prática x teoria x prática.

Esta construção dialética do saber, que analisa e problematiza todos os vieses das experiências cognoscitivas humanas, faz com que o saber não se torne unilateral, mas multilateral, onde a verdade provém de relações diversas, mas nunca esta verdade, seja em qualquer esfera de conhecimento, é fixa e imutável. Portanto, apreende-se que o modelo gerado em qualquer sociedade, não deve ser tomado como único e correto, pois cada uma vive de acordo às suas experiênciasvividas e disso se extrai sua formade conceber e materializar o conhecimento.

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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Conceitos Filosóficos: Consciência



A consciência é uma qualidade da mente, considerando abranger qualificações tais como subjetividade, autoconsciência, sapiência, e a capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente. É um assunto muito pesquisado na filosofia da mente, na psicologia, neurologia, e ciência cognitiva.

Alguns filósofos dividem consciência em consciência fenomenal, que é a experiência propriamente dita, e consciência de acesso, que é o processamento das coisas que vivenciamos durante a experiência. Consciência fenomenal é o estado de estar ciente, tal como quando dizemos "estou ciente" e consciência de acesso se refere a estar ciente de algo, tal como quando dizemos "estou ciente destas palavras.

Consciência é uma qualidade psíquica, isto é, que pertence à esfera da psique humana, por isso diz-se também que ela é um atributo do espírito, da mente, ou do pensamento humano. Ser consciente não é exatamente a mesma coisa que perceber-se no mundo, mas ser no mundo e do mundo, para isso, a intuição, a dedução e a indução tomam parte.




A consciência (organismo do sistema conhecedor humano), provavelmente, é a estrutura mais complexa que se pode imaginar atualmente. A tese de António Damásio, entende-se que a consciência é constituída com uma espécie de anatomia, que pode ser dividida, didaticamente, em três partes:


1. dimensão fonte - onde as coisas acontecem de fato, o aqui agora: o meu ato de escrever e dominar o ambiente e os equipamentos dos quais faço uso, o ato do internauta de ler, compreender a leitura e o ambiente que o envolve a todo os instantes, etc. Essa dimensão da consciência não retrocede muito ao passado e, da mesma forma, não avança para o futuro; ela se limita a registrar os atos presentes, com um espaço-tempo (passado/futuro) suficiente para que os momentos (presentes) tenham continuidade.


2. dimensão processual - amplitude de sistema que abriga expectativas, perspectivas, planos e qualquer registros mental em aberto; aquelas questões que causam ruídos e impulsiona o ser humano à busca de soluções. Esta amplitude de consciência permite observar questões do passado e investigar também um pouco do futuro.


3. dimensão ampla - região de sistema que, sem ser um dispositivo de memória, alberga os conhecimentos e experiências que uma pessoa incorpora na existência. Todo os conhecimentos do passado e experimentações pela qual o ser atravessou na vida: uma antiga profissão que não se tem mais qualquer habilidade para exercer, guarda registros importantes que servirão como experiência em outras práticas. Qual dimensão processual, este amplitude da consciência permite examinar o passado e avançar no futuro - tudo dentro de limites impostos pelo próprio desenvolvimento mental do indivíduo.

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sexta-feira, 15 de maio de 2009

Análise Histórica (Resumo interpretativo do livro Introdução à História de Marc Bloch - SEÇÃO IV - fim)

Dentro da análise histórica, a autor propõe a seguinte indagação: julgar ou compreender? Para isso é necessário que se esclareça o significado destes termos. Consultando o Aurélio, é dado como um dos significados para a palavra julgar: decidir como juiz ou árbitro, pronunciar sentença, sentenciar; e para a palavra compreender pode-se sublinhar as seguintes definições: alcançar com inteligência, perceber, alcançar as intenções ou o sentido de. Com isto, fica clara a intenção de Marc Bloch em afastar o método histórico das ciências exatas que são o modelo do método positivo.


O espírito inovador da geração francesa do meado do século XX é percebido quando não só Marc Bloch, mas também Lucien Febvre e posteriormente Fernand Braudel, discutem os problemas referentes à análise, a crítica e à observação histórica passando a propor uma História que compreende e não sentencia o passado, lançando as bases para a construção de uma nova concepção histórica da História.


Assim, a palavra compreender deve ser o ponto de partida para àqueles que se propõe a arte de estudar História, pois toda ação humana tem sentido e “a história trata justamente de seres capazes, por natureza, de fins conscientemente procurados”. Os estudiosos dos fatos humanos precisam agir como sábios que vão atrás da compreensão, para poderem experimentar o imenso conjunto de conhecimentos individuais ou específicos que constituem aquisições vantajosas acumuladas historicamente pela humanidade.


Toda ciência é constituída por um objeto ou matéria, mas é também igualmente necessário um homem para que haja ciência. O historiador é aquele como em toda ciência, escolhe os objetos a serem estudados e os analisa afim de que possa encontrar semelhanças entre eles. Mas sobre os fragmentos estudados para remontar algum fenômeno passado, nunca será possível que da reunião deles o homem possa configurar o todo, nem mesmo os próprios fragmentos, não obstante, a construção científica está paralelamente ligada ao ato de separar mentalmente os elementos de uma totalidade, os quais só mentalmente podem subsistir fora da realidade.


É desta maneira que o fim da História poderia ser o estudo das consciências humanas, lembrando que o historiador nunca deve sair do tempo, mas por necessidade lhe é permitido transitar entre a duração dos fenômenos e a duração das consciências, deste modo o estudo pode ser do homem político, do homem econômico, do homem religioso, etc. Mas sempre do homem, que pode ser todas essas coisas ao mesmo tempo, por isso estudar as sociedades em seus aspectos particulares constitui-se um ato legítimo.


O historiador fala unicamente por palavras, e quase exclusivamente pela linguagem de seu país, conhece-se uma sociedade principalmente por seus escritos, excetuando-se os testemunhos materiais. O que ocorre é que a mudança do vocabulário e sua semântica não acompanham os fenômenos da História, ocasionando muitas vezes para o historiador em obstáculos na compreensão dos fatos humanos.


Entretanto nem todas as sociedades tiveram ou têm condições de passar seus escritos para a posteridade e ainda na história acontece que por se tratar de múltiplas linguagens e em vários tempos, é impossível determinar um conjunto de palavras que possuam o mesmo significado em qualquer tempo e em qualquer geração, muito menos de uma civilização a outra, ou seja, na História é impossível fixar uma nomenclatura como acontece na Química ou Biologia que possuem seus códigos já estabelecidos.


Marc Bloch analisa a História como uma ciência concebida por gerações que variam entre períodos curtos e longos. O fato histórico e sua relação com o tempo perpassam pelos acontecimentos (tempo curto), pela conjuntura (tempo médio) e pela estrutura (tempo longo). Apenas a observação permite atingir o lugar fixo e determinado onde os significados das coisas podem mudar de orientação.

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quarta-feira, 13 de maio de 2009

Coleção Bairros Homônimos Salvador e Feira : Santo Antônio

O Santo Antonio Além do Carmo é um dos bairros mais antigos de Salvador, seu primeiro registro remonta ao século XVII. Limitado pelos bairros do Barbalho e Carmo, ele inicia na Cruz do Pascoal e vai até o largo de Santo Antonio Além do Carmo, oficialmente chamado de Largo do Barão do Triunfo. O termo Além do Carmo refere-se às portas da cidade do Salvador que, no primeiro século de habitação, tinha uma entrada no Convento do Carmo. Seu principal templo, a Igreja de Santo Antônio Além do Carmo, foi reconstruído em 1813 onde antes havia um templo primitivo. Próximo dali, encontramos o Plano Inclinado do Pilar que liga o bairro à Cidade Baixa. Do seu alto é possível admirar todo o esplendor da Baía de Todos os Santos, principalmente nos seus casarões e sobrados que vem sendo, ultimamente, transformados em hotéis e pousadas, para alegria dos turistas que desfrutam de toda a sua tranqüilidade no coração do Centro Histórico.

Santo Antônio dos Prazeres é um dos mais antigos bairros de Feira de Santana. Este bairro está localizado na BR-116 Norte á 5 Km ao centro da cidade. Limita-se com os bairros Conceição II, Sim, Aeroporto e Caseb. Possui dentre muitas coisas uma praça onde fica a Igreja Católica, ônibus coletivo, transporte alternativo (vans), supermercados, açougues, farmácias,módulo policial,lan houses, várias igrejas evangélias como a Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Assembléia de Deus, Igreja Batista Ebenézer e muitas outras.Como rua principal tem a avenida Antônio Sergio Carneiro onde se emcontra vários estabelecimentos comerciais e na qual dar acesso ao aeroclube.

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terça-feira, 12 de maio de 2009

Um pouco sobre História Oral

HISTORIA geral da África. São Paulo: Ática; [Paris]: Unesco, 1982. nv ISBN (enc.) p. 181-218.
NARRADORES DE JAVÉ. Comédia. Brasil: 2003, 100 min. Distribuição: Lumière e Riofilme. Direção: Eliane Caffé.


O texto a tradição viva de Hampaté Bâ traz uma introdução do que seria compreender o universo da oralidade da história, ele traz referências do mundo moderno onde a escrita é precedente e considerada científica em relação à história oral. Segundo o autor, um dos principais argumentos dos estudiosos é que não se pode saber se oralidade possui a mesma autenticidade do que fato escrito,
mas deve-se notar que todos os dois provêm da mente humana e, portanto, não são inteiramente imparciais.

Mostrando um pouco do que é a tradição oral nas tribos africanas das savanas do sul do Saara, Hampaté ilustra como é difícil para esses povos entender sua história, sem perpassar pela oralidade, que não é um conhecimento parcial, dividido à regra do sistema cartesiano, é antes um conhecimento de tudo, talvez um conhecimento total. Analisando esta forma de transmissão do conhecimento, nota-se que os tradicionalistas africanos (termo utilizado no texto para designar detentor do conhecimento transmitido pela tradição oral), parecem com aqueles primeiros físicos gregos, pelo menos no que se remete ao conhecimento geral, pois estes ao estudarem a phisis abarcaram conhecimentos gerais como da astronomia, da meteorologia, da cosmogonia, do corpo humano dentre tantos outros.

É importante ressaltar o caráter divino que a palavra possui nessas tribos, a palavra é posta como algo transcendente, “ela á ao mesmo tempo divina no sentido descendente e sagrada no sentido ascendente”. É por isso que determinados valores que nortearam as civilizações antigas - ética, honra, moral, virtude - e que hoje estão desgastadas na atual civilização capitalista ocidental ainda são encontradas nestas sociedades orais, pois a palavra é utilizada em diversos ambientes e a escrita ainda não alcançou a “sacralidade” das sociedades ocidentais contemporâneas.

O grande perigo que essas tribos correm é que durante a neocolonização da África em geral, os tradicionalistas foram postos de lado, para que o povo viesse a perder sua memória, suas conquistas antigas e também muitas tribos rivais foram postas no mesmo território. Outro dado importante colocado por Hampaté Bâ é que pouco do que esses tradicionalistas têm em sua memória como testemunhos e ensinamentos têm-se sido registrado, mas porque essa preocupação se a marca dessas sociedades é tradição oral? Talvez seja por que os mais novos não se interessem mais em possivelmente tornar-se um “guardião dos segredos da Gênese e das ciências da vida”, muitos quando podem vão estudar na Europa, e os outros tantos que ficam procuram construir uma vida nas cidades em busca de melhores condições de vida.

A autenticidade da transmissão talvez seja um aspecto primordial para aqueles que querem conhecer as características sociais destas tribos das savanas africanas. Segundo o autor, os tradicionalistas Doma, que podem ser mestres iniciados (e iniciadores) de um ramo tradicional específico (ferreiro, caçador, tecelão, pescador, etc.) ou possuir o conhecimento total da tradição em todos os seus aspectos, não podem jamais mentir, porque para essas sociedades a mentira corrompe não só os atos rituais como próprio indivíduo, os Doma quando mentem por algum motivo, eles mesmos renunciam seu cargo em público, para que a harmonia e o equilíbrio das forças possa se restabelecer e isso também funciona como uma purificação da profanação da palavra que ele cometeu.

Mas nem todos os que contam histórias têm o dever se dizer somente a verdade, os griots, por exemplo, por tradição têm o direito de rebuscar os fatos. A educação não ensinada sistematicamente, mas de acordo as experiências vividas e as circunstâncias, ensinam-se as crianças desde muito cedo, a educação é primeiramente feita pelos pais, quando jovem é levados aos mestres iniciados. A História na educação é inerente ao conhecimento geral das coisas, existe a “História das Terras e das Águas (geografia), a História dos vegetais (botânica e farmacopéia), a História dos ‘Filhos do seio da Terra’ (mineralogia, metais), a História dos astros (astronomia, astrologia)” e assim por diante.

Estes aspectos da oralidade são vistos também no filme Narradores de Javé de Eliane Caffé que traz entre história, memória e verdade – todas ligadas à cultura oral. Esses três conceitos orientam os discursos dos personagens. O filme é narrado por um antigo morador de Javé, que diverte um rapaz que perdeu a balsa contando a história de quando Javé foi ameaçada de ser sucumbida pela águas de uma hidrelétrica e o povo tenta resgatar a memória do povoado de maneira cientifica afim de que Javé se torne um patrimônio histórico. Cada morador conta a história

da fundação de Javé de uma forma – a verdadeira fundação de Javé, o papel e a forma da morte de Indalécio, mas outros moradores colocam aqueles que foram excluídos da história oficial na fundação de Javé, por exemplo, na versão relatada por uma mulher do povoado, a grande heroína entre os fundadores de Javé é Maria Dina. Na versão de um morador negro, o herói principal também é negro e chama-se Indalêo.

Num primeiro momento, parece que o filme prova a tese de que a história oral é inconsistente para revelar com destreza os fatos históricos. Como ela é baseada na memória – e esta, como todos sabem, é falível –, decorre que a história dela apreendida também pode ser falível, portanto, passível de discussão. Mas, ao mesmo tempo, e aqui reside toda a riqueza dessa pequena obra-prima, Biá (protagonista do filme) vai montando em suas reflexões o desmonte do discurso histórico escrito. Se, para as autoridades (e a sociedade em geral), um documento escrito vale mais que um relato oral, demonstrando aquilo que Hampaté Bâ dizia em seu texto, que tanto as oralidades quanto a escrita são oriundas da mente do cérebro humano.

Essa idéia da “história da história”, essa idéia metalingüística, está muito bem clara na montagem do filme com a presença de três tempos distintos – o presente, tempo de narração do filme (não se pode esquecer que o filme é narrado por um antigo morador e que não esteve presente, por ser comerciante, no momento em que Biá recolhia os relatos); o passado – tempo de narração dos relatos de moradores a Biá e da história do afundamento de Javé; e o tempo mitificado, que é o tempo da fábula, da imaginação e da memória dos moradores.

Assim como Antônio Biá no filme Narradores de Javé é um contador de histórias sem compromisso com a veracidade dos fatos, são os animadores públicos
ou griots (dieli em bambara), que podemos lê na primeira referência eles têm um status social especial, manifestam-se a vontade, não tem obrigação de serem discretos, ou seja, é um personagem típico destas sociedades orais africanas, que transmitem as histórias, são mediadores das conversas entre as grandes famílias.

O texto traz em sua parte final a influência islâmica nestas tribos e as características da memória africana, onde o islã não apagou a memória destas tribos, mas aconteceu que toda a história destas tribos passou a ser interpretadas à luz do Corão e a memória dos africanos, por não ter na escrita seu principal suporte memorial, é de uma excepcionalidade imensa, segundo o texto, um tradicionalista não consegue resumir um fato, pois para eles só há sentido da maneira como está em sua mente, todo detalhe é importante.

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quinta-feira, 7 de maio de 2009

Arquivos...


BACELLAR, Carlos. Uso e mau uso dos arquivos. In: PINSKY, Carla Bassanezi (Org). Fontes Históricas. São Paulo: Contexto, 2006. p. 23-76.


Os historiadores em sua grande maioria utilizam como principais fontes históricas, os diversos documentos situados em arquivos, sejam eles públicos ou privados. O texto de Carlos Bacellar - Uso e mau uso dos arquivos trata principalmente do comportamento que os historiadores devem ter ao buscarem os arquivos e também de como manuseá-los. Bacellar traz problemas referentes tanto às graduações nas universidades, que muitas vezes não introduzem o graduando às noções de arquivo, quanto ao estado dos arquivos brasileiros.


O texto primeiro introduz o leitor às possibilidades que um jovem pesquisador, seja da área de História ou não, têm no Brasil. Carlos Bacellar inclusive dá uma pista de quais tipos de arquivos deve-se recorrer de acordo à pesquisa que deseja ser feita e faz também um panorama da história dos arquivos brasileiros.


Uso e mau uso dos arquivos é um texto informativo que tem por finalidade demonstrar como se dá o uso dos arquivos, principalmente no espaço brasileiro. O texto primeiro expõe a relação entre os historiadores e a as fontes de arquivo e depois como posicionar-se diante dos arquivos e o olhar do historiador diante de documentos, manuscritos, atas, etc. Bacellar trata o tema com bastante minúcia, mas de forma dinâmica e de fácil entendimento aos desconhecedores dos termos técnicos referentes à Arquivística. Por fim o texto tem um resultado não só de informação, mas também de formação a pesquisadores iniciantes, que se encantam com mexer em documentos antigos.


Uma das definições de arquivo no Aurélio é:

(do grego archêion, pelo latim archiu ou archivu) conjunto de documentos manuscritos, gráficos, fotográficos, etc., recebidos ou protegidos oficialmente por uma entidade ou por seus funcionários, e destinados a permanecer sob a custódia dessa entidade ou de seus funcionários. (Novo Aurélio século XXI :o dicionário da língua portuguesa, 1999)


Analisando esta definição do Aurélio, percebe-se que ao se falar de arquivo, tem-se significados variados, e esta não encerra o campo semântico desta palavra tão comum ao universo de pesquisadores, sobretudo de historiadores. Porém é de conhecimento que arquivo pode designar desde o próprio documento, manuscrito, etc. e até mesmo o móvel em que se guardam tais documentos. Carlos Bacellar não foge a definição da Língua Portuguesa ao tratar de arquivo no seu texto, propõe de forma eficiente que se analise tanto o valor dos arquivos enquanto fontes em si até o valor dos arquivos onde se guardam tais documentos.


Bacellar traz uma questão bastante peculiar em relação aos arquivos do Brasil, ele salienta que há um descaso das instituições públicas nas três esferas do poder, principalmente o judiciário, onde os cartórios descartam parte de seus processos, inventários, etc. por não terem onde colocar, julgando desnecessários tais documentos e apenas um amontoado de papel velho. O pior problema é que não é analisado o valor histórico de tais documentos, este descarte muitas vezes é feito de maneira indiscriminada, sem nenhuma preocupação em chamar profissionais na área de arquivo para análises.


Outro problema bastante salutar é a questão do acesso, importantes arquivos não podem ser analisados por impedimentos burocráticos, Carlos Bacellar inclusive aponta que os arquivos da Igreja Católica geralmente são guardados, quando isso ocorre, sem nenhuma organização e cuidado. Ele ainda expõe ação dos mórmons em microfilmar diversos arquivos há um tempo atrás e que uma de suas ações mais conhecidas foi copiar os arquivos da Igreja Católica, constituindo hoje em uma desconfiança de muitos párocos e em diversas cúrias de que os pesquisadores sejam mórmons “disfarçados”.


Um assunto que seria importante tratar com mais intensidade, seria o da importância da inter-disciplinariedade nas pesquisas em arquivos, pois ao tratar com manuscritos ou documentos de séculos passados, é necessário um amplo conhecimento de noções de: Direito, no caso de validade de testamentos, inventários por exemplo; conhecimento paleográfico, pois existem conjuntos de abreviaturas próprias de cada época e da gramática como um todo; uma noção de Arquivística é necessária para a compreensão de como, porque e de que forma os arquivos foram gerados e a maneira como foram guardados; e o próprio conhecimento historiográfico, que analisará o valor histórico dos documentos assim como sua importância no decorrer da História, além de outros campos do saber sempre que forem necessários nas pesquisas.

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