Porque Tudo Muda...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Falando superficialmente de Durkheim e Weber

Durkheim era conservadorista do modo de exploração do capitalismo. Destacam-se na obra de Durkheim as características atribuídas ao fato social – a externalidade, que implica a independência e auto suficiência do fato social em relação às consciências individuais, e a coercitividade, uma vez que condiciona a vida das pessoas, apesar do conflito que existe entre o indivíduo e as imposições coletivas. Trata-se o homem como portador de uma “autonomia falsa”. O fato social, na sua definição, expressa a coerção que o meio exerce sobre os indivíduos perfeitamente inofensivos na maior parte do tempo.

Émile Durkheim propõe a passagem de uma sociedade mecânica, na qual o indivíduo tem sua individualidade anulada em relação a coletividade, ocasionando uma dependência que torna o homem um objeto à disposição da sociedade, para uma sociedade orgânica, onde no exercício da prática comum, resultante da especialização do trabalho, os indivíduos conscientes de seu papel recebem usos e práticas legitimados pelo grupo a que pertencem e deste modo há um jugo menor tendo em vista o espaço disponível às partes. A presença da matriz positivista é claramente observada na forma idealizada como o cenário social é colocado, restando ao indivíduo adequar-se ao meio.


Ao contrário de Durkheim, Max Weber através de um estudo complexo sobre o assunto possibilita a compreensão do surgimento e desenvolvimento do domínio que os homens impõe e submetem-se quando em sociedade. Weber destaca que as formas de dominação, caracterizadas pela violência considerada legítima, ocorrem através de três vertentes básicas: domínio tradicional, domínio carismático e domínio racional-legal. O domínio tradicional é apresentado, segundo a perspectiva weberiana como sendo “a autoridade do 'ontem eterno' , isto é, dos costumes ratificados pelo reconhecimento de que não se poderia imaginar antigo e da orientação habitual para o conformismo. É o domínio 'tradicional' exercido pelo patriarca e pelo príncipe patrimonial de outrora”.


Essa forma de dominação, estabelecida a partir do controle dos bens de produção, impõe uma relação de dependência a qual os indivíduos submetem-se visando à sobrevivência como destacava Karl Marx. A situação na qual um assalariado, por exemplo, se encontra assegurará ao empresário capitalista o apoio (obediência) necessário à administração exercida através da autoridade. A obediência às imposições ocorre, portanto, segundo Weber, devido a “recompensa material” (salários para o servidor público ou subsistência, ainda que precária, no caso do escravo) e a “honraria social” (a homenagem do Estado ao militar condecorado é um exemplo).

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sábado, 27 de junho de 2009

A civilização bizantina, um olhar sobre a religião

FRANCO JUNIOR, Hilário, 1948; ANDRADE FILHO, Ruy de Oliveira. O império bizantino. 5 ed. São Paulo: Brasiliense, 1995. 100 p

O texto de Hilário Franco se inicia pela explanação do conceito que a palavra “bizantino” emprega e as características presentes neste termo. Primeiro aspecto a ser realçado é que “bizantino” nada tem haver com a etnia da população, este termo é evocado para designar a população que viveu sob influência de Constantinopla, antiga Bizâncio e que por mais de mil anos.
Esse povo tinha religião cristã ortodoxa e falava grego, mesmo que sua língua mãe fosse outra, portanto, mais que um império de um povo, o império bizantino foi uma civilização cultural e que em vida apregoava para si o título de herdeiro Legítimo e continuador do Império Romano. Mas o que poderia ser o elemento entre a Roma Oriental e a Roma Ocidental foi seu elemento mais desagregador: o cristianismo.

“A língua grega, uma vida material faustosa, uma cultura refinada, a concepção de um imperador visto como vice-rei de Deus” foram alguns elementos que inconcebíveis para a conjuntura política, social, econômica e religiosa vivida pelo no ocidente naquela época terminou por afastar os bizantinos. Aliado a essas características, a própria concepção de igreja entre as duas Romas, a ocidental e a oriental, enquanto esta cria que a igreja significava o conjunto dos fiéis mortos e vivos, aquela a enxergava como algo dado e para ser utilizado, como algo mágico.

O autor, de forma didática, procurou delinear o livro não pela cronologia de forma linear e pelas conjunturas do Império Romano do Oriente, Hilário Franco ao contrário, estabeleceu seu livro apresentando aspectos das estruturas religiosas, políticas, econômicas, sociais e culturais que perpassaram todo o Império Bizantino.

Hilário Franco destaca que ao estudarmos as sociedades, determinados aspectos constitutivos são enfatizados por elas próprias e, sem dúvida, no caso bizantino este aspecto é a religião, “que fornecia a fundamentação do poder imperial, a motivação básica e a justificativa da política exterior, os temas e o significado da produção cultural”.
A religião era a determinante do cotidiano dos indivíduos desde antes do nascimento até a sua morte. Tudo passava pela religião, haja vista que o Império era na verdade a antecipação do Reino dos Céus na terra, por isso o imperador ser o vice-rei de Deus. O império era, portanto uma cópia imperfeita do Reino dos Céus e seu fracasso era visto como a conseqüência do pecado de seus cidadãos.

A extensão e a influência das estruturas eclesiásticas, a intensa e exaltada espiritualidade popular e as inúmeras controvérsias teológicas com pesados desdobramentos políticos e sociais talvez seja a explicação para esta importância central dada pelos bizantinos à religião.
O patriarca de Constantinopla, logo em 381, no segundo Concílio ecumênico, logrou para sim a primazia sobre as Igrejas de Alexandria, Antioquia e Jerusalém, importantes escolas teológicas e fundadas pelos apóstolos, a pressão feita ao imperador para isso foi feita sob a alegação de que “por ser a nova Roma, o bispo de Constantinopla receberá as honras, logo a seguir ao bispo de Roma”, isso mostra como desde o início o poder patriarcal esteve atrelado ao poder imperial e influenciando-o.

Seguindo o patriarca na hierarquia eclesiástica existiam aproximadamente seiscentos bispos e arcebispos que coordenavam milhares de párocos, isso por volta do século X, contudo o que mais se destacou na religião bizantina foi a importância da vida monástica, caracterizado por eremitas, que se isolavam da vida mundana para terem uma vida ascética. Devido aos exageros comumente feitos é que foram elaboradas regras para a vida nos princípios sob lema de “ora et labora”, isto é, oração e trabalho, sendo a mais conhecida dos ocidentais a regra feita por São Bento de Núrsia no século VI, mas esta ora já influenciada pelo modelo monástico de São Basílio, que já procurava estabelecer a valorização da vida em grupo, a disciplina e o trabalho.

“Em suma, para o bizantino o mosteiro oferecia a imagem de vida ideal, na qual se estava com Deus mas sem se deixar de ser útil aos homens”. Com isso, aumentaram o volume de doações feitas e os costumes foram relaxando e no lugar da vida santa foi surgindo uma vida mundana, mas ainda assim, os monges tornaram-se imprescindíveis para as aspirações do império, principalmente a de alargar as fronteira, visto que, foram eles os principais responsáveis pela evangelização de povos da Europa Oriental. Outro aspecto importante é que os monges não rezavam somente em proveito próprio, mas para todos do império, daí se considerar que por eles o exército, a agricultura e o comércio tornassem melhores.

A religião bizantina sempre esteve muito próxima do povo, os próprios monges se identificavam muito com a religião popular, diferentemente do que acontecia no ocidente medieval, onde havia um enorme fosso entre a elite clerical e o povo. A religiosidade bizantina pode ser caracterizada “por acentuado sentimento de presença do sagrado entre os homens”.

“A melhor expressão da cotidiana presença divina entre os homens esta no fervoroso culto as relíquias e nos milagres por ela produzidos”, este talvez seja um dos aspectos mais importantes da religiosidade do povo bizantino, eles possuíam desde o leite materno de Maria numa garrafa até a cruz na qual Cristo fora crucificado, é também pela grande quantidade desses objetos sagrados que são abrigadas nos mosteiros, que a população os via como locais santos eram feitas peregrinações constantes a estes mosteiros, com o intuito de poder ver as relíquias, sendo os monges guardiães das mesmas, considerava-os também santos, recebendo os mosteiros imensas doações de variados tipos, por conta disso, quando os monges morriam produziam novas relíquias, já que também eram considerados santos.

Devido à influência político-social do clero e a intensa religiosidade é que freqüentes e acirradas controvérsias teológicas emergiram, sempre que havia uma discussão reuniam-se as principais sés episcopais a fim de esclarecer tais dúvidas, são os chamados concílios ecumênicos, que era liderado pela Sé de Roma por meio do papa. Como Constantinopla suplantou as rivais no Oriente, como já foi visto, se pôs frente a frente com Roma, para poder disputar a liderança do mundo cristão, assim a cada heresia, repercutia em uma grande discussão política que gerou as primeiras desavenças entre o papado e o patriarcado.


Outra querela determinante para o afastamento das duas arquidioceses foi o movimento iconoclasta, que representou a negação da validade dos ícones, muito presente na religião cristã desde sua origem e que em 726 “o imperador Leão III, motivados por razões religiosas e políticas, decretou que a adoração de imagens era idolatria e desencadeou por todo o império uma sistemática destruição dos ícones”.

Isto durou até 843, visto que o povo nunca admitiu esta idéia, pois viam nos ícones “uma revelação da eternidade na temporalidade, isto é, a comprovação da encarnação”. Com o fim do período iconoclasta, o império bizantino saiu desgastado interna e externamente, no que se refere à política interna, o Estado se viu pormenorizado diante do poder eclesiástico e sobretudo do segmento eclesiástico que saiu vitorioso e na política externa, como Roma tinha declarado sua oposição a esta decisão, por ocasião da invasão lombarda, pediu auxílio a um rei franco ao invés de pedir proteção ao imperador bizantino, a partir de 768 então, cada escolha de um novo papa era comunicado ao rei franco e não ao imperador bizantino, a Igreja Romana também era muito descontente com a grande intervenção que o imperador tinha nos assuntos eclesiásticos, nomeando até mesmo patriarcas leigos, essa situação era adversa pois no ocidente a Igreja tornou-se gradativamente uma força hegemônica. Com essa aproximação entre o papa e o rei franco “também aí foi aberto o caminho para que meio século depois, no final do ano de 800, o rei dos francos, Carlos Magno fosse coroado pelo papa como “imperador dos romanos”.

“A partir de então esse afastamento acentuou-se, como qualquer divergência teológica servindo de pretexto para as reivindicações políticas de lado a lado”, exemplo disso é que uma questão do século V, o acréscimo da expressão Filioque, isto é, “e do filho” à fórmula “o Espírito Santo procede do Pai”, pois Carlos Magno acusou os orientais de não utilizar tal fórmula.Em decorrência destas relações conflituosas, da busca pela hegemonia cristã, levou em 1054 o papa e patriarca se excomungarem mutuamente, fato que foi marcado como o Cisma do Oriente e, que desde então surgiram duas igrejas cristãs, a apostólica romana com sede em Roma e liderada pelo papa e a grega ortodoxa com sede em Constantinopla e liderada pelo patriarca, as rivalidades se acentuaram tanto que o próprio comandante no exército bizantino, diante das invasões dos ocidentais em 1204, “tenha declarado preferir ver em Constantinopla o turbante muçulmano que um chapéu cardinalício”.

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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Trechos da História de Portugal

MARQUES, A. H. de Oliveira. Breve história de Portugal. 3. ed Lisboa: Presença, c1995. 763 p

O nascimento de Portugal foi favorecida pela relação entre os reis e o imperador, a ameaça almorávida levou a Portugal cruzados, sobretudo franceses. A maioria dos cavaleiros e seus chefes eram filhos segundo, que mais tarde fixaram-se em terras portuguesas, casando-se com herdeiras dos reis, com consentimento da Igreja.



Afonso Henriques, filho de Tereza e do conde Raimundo, foi o primeiro monarca português e que se propôs a unificar as terras portuguesas. Apenas em 1143 houve um acordo de paz com o reinado de Leão, onde oficialmente a Igreja reconheceu o reinado de Afonso Henriques. A briga com o reino de Leão, cujo Afonso VII de Leão era um filho favorito do papado, fez com que o papa Lúcio II chame Afonso Henriques apenas de dux portugalensis e Portugal, de Terra. Quando o tributo sobe de quatro onças (120g) para dois marcos (460g) de ouro, o papa Alexandre III reconhece Portugal como Reino e Afonso como seu monarca.

A diocese mais importante portuguesa era Braga, e Afonso consegue unificar todas as outras dioceses sobe o primado de Braga, exceto Lisboa e o Alentejo, que nunca pertenceram a tal diocese.

O longo reinado do primeiro monarca português ajudou na consolidação do novo Estado. Ele fixou a fronteira cristã definitivamente no Tejo. O surto demográfico, comum à Europa daquele período, permitiu migrações internas e o começo de um movimento mercantil promissor.

Durante o reinado de Sancho I, a política de relações internacionais se manteve. Internamente, caracterizou-se por tarefas importantes de repovoamento ou de arroteamento de zonas bravias, servidos pelo surto demográfico, praticamente por todo o país e a norte do Tejo.
O prestígio e a capacidade de união interna chegaram ao fim com o advento do terceiro monarca Português: Afonso II (1211), que além de conflitos entre governantes, houve conflitos das camadas urbanas, isto é, os cavaleiro-vilãos, os mercadores, etc. A centralização do poder fez criar uma grande distância do rei e dos grandes senhores provocando alianças e formas de luta até aquele momento desconhecidos.

Portugal em meados do séc. XII possuía uma área de 34 mil km², seus habitantes poder-se-iam chegar a mais ou menos 400 mil com uma média de aproximadamente 16 hab/km². Havia poucos centros urbanos, mas um grande número de unidades rurais de exploração de terra por onde se fixavam os habitantes.

Braga era a principal cidade do Norte, tinha quatro paróquias e um número próximo de 5000 mil habitantes. Coimbra era a grande cidade do Sul, tinha funções de chefia religiosa, após estas duas cidades vinha o Porto como cidade importante, entretanto distante destas outras duas. Praticamente não havia latifúndios, quase todo o território era povoado por villaes.

A mobilidade social causada pela reconquista impediu uma completa estagnação dos servos, que conseguiram sair do jugo dos seus senhores, muitas vezes voluntariamente, ou até mesmo fugindo. Os mais ricos viviam em geral dentro da área de um concelho, que praticamente governavam, entretanto a escravatura nunca desapareceu por completo na Idade Média, principalmente com os muçulmanos.

O clero possuía pouca individualidade própria. Existia o alto clero com características sociais e econômicas da alta nobreza assim como o baixo clero vivendo em condições ater inferiores de servidão.

No território português nunca deixara de ocorrer o comércio, seja ele terrestre ou marítimo, principalmente o reino de Leão e também com o Sul islâmico. Mas em finais do se. XII navios portugueses já comercializavam com o Flandres e as ilhas Britânicas, alcançando Londres e Dublin.
Quando havia algum debate de tema generalizado, o rei convocava o grande número de nobres e autoridades clericais, é nessas convocações que surge o princípio do parlamento de reino.

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

História e Cinema: O nome da rosa (1986)

O Nome da Rosa

Título Original: Der Name Der Rose
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 130 minutos
Ano de Lançamento (Alemanha): 1986
Estúdio: Cristaldifilm / France 3 Cinéma / Les Films Ariane / Neue Constantin Film / Zweites Deutsches Fernsehen
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: Jean-Jacques Annaud
Roteiro: Andrew Birkin, Gérard Brach, Howard Franklin e Alain Godard, baseado em livro de Humberto Eco
Produção: Bernd Eichinger
Música: James Horner
Fotografia: Ronino Delli Colli
Desenho de Produção: Dante Ferretti
Figurino: Gabriella PescucciEdição: Jane Seitz

Baseado no romance de Umberto Eco, lançado em 1980, o filme O Nome da Rosa de direção de Jean-Jacques Annaud, se passa em uma abadia beneditina do norte da Itália onde uma série de assassinatos estava acontecendo e sendo atribuídos ao demônio. É com a chegada de dois “padres”, da ordem franciscana, que vêm tentar solucionar esses crimes que o enredo do filme começa a desenrolar-se. Apesar de o filme basear-se em um romance, esse estilo é um entre os demais explorados no filme, onde o suspense é a mola propulsora do filme. Com a chegada de Guilherme de Baskerville acompanhado pelo noviço Adson as coisas na abadia começam a mudar.

Entre os séculos XII e XIII, época em que se passa o filme (1327), tem o surgimento da escolástica, que constitui o contexto filosófico-teológico das disputas que se dão na abadia em que se situa O Nome da Rosa. A escolástica significa literalmente "o saber da escola", ou seja, um saber que se estrutura em torno de teses básicas e de um método básico que é compartilhado pelos principais pensadores da época e no filme é representado pelo franciscano Baskerville. A influência desse saber corresponde ao pensamento de Aristóteles, trazido pelos árabes (mulçumanos), que traduziram muitas de suas obras para o latim. Essas obras continham saberes filosóficos e científicos da Antigüidade que despertariam imediatamente interesses pelas inovações científicas decorrentes, é por isso que notamos que Guilherme de Baskerville utiliza instrumentos de origem árabe, como bússola, astrolábio e lupas.

Ao chegarem à abadia para solucionar a morte de um monge que segundo alguns religiosos do local haviam se matado por obra do demônio, porém uma mancha preta no dedo e na língua do monge deixa Guilherme em dúvida. Com a morte de mais um monge que por sinal também trabalha na biblioteca da abadia e o mesmo também se encontrava coma mesma mancha preta no dedo e na língua o que levou Guilherme a crer que a chave para desvendar esses crimes estava biblioteca, contudo quando foi investigar na biblioteca, esse foi impedido pelo bibliotecário.

Entretanto como um bom investigador Guilherme não aceitou o não como resposta e a noite fora junto com Adson investigar na biblioteca, porém em meio à investigação alguém desviara sua atenção e ambos foram em perseguição, ao se separarem Adson fora parar em uma cozinha da abadia onde ao se esconder de alguém que chegava acabou encontrando uma moça que lá estava à mesma Adson já havia visto enquanto fazia suas investigações com o mestre Guilherme, essa moça era muito pobre. E naquela mesma cozinha Adson acaba por conhecer os prazeres da carne com esta moça. Após ter relações sexuais com a moça, o noviço encontra um coração e assustado vai ao encontro do mestre, que constata que aquele coração era de um animal que serviria de pagamento aos serviços da moça caso essa não tivesse afeição ao homem com o qual transasse o que não aconteceu.


Porém Guilherme acabou achando a entrada secreta da biblioteca que levara aos livros que foram indexados pela Igreja, pois o pensamento dominante, que queria continuar dominante, impedia que o conhecimento fosse acessível a quem quer que sejam salvos os escolhidos. No O nome da Rosa, a biblioteca era um labirinto e quem conseguia chegar no final era morto. Só alguns tinham acesso. É uma possível alegoria do Umberto Eco, que tem a ver com o pensamento dominante da Idade Média, dominado pela igreja. A informação restrita a alguns poucos representava dominação e poder. Era a “idade das trevas”, em que se deixava na ignorância todos os outros.

Estes livros indexados representam àqueles que foram proibidos pela instituição Católica, pois não foram interpretadas as luzes do pensamento cristão medieval e que os monges mantêm em segredo, logo Guilherme acaba por concluir que as mortes ocorrem devido algum desses livros que deveria estar envenenado, porém os religiosos do local preferiam delegar as mortes ao demônio porque possuir esses livros era crime e caso comprovado a pena seria a morte na fogueira da inquisição. A morte de mais um monge leva os monges do local a atribuírem os crimes ao monge Salvatore, antes herege, a moça pobre e mais outro monge.

Julgados pelo inquisidor Bernardo Gui, que representava o juízo da Igreja que salvaguardava seus valores e doutrinas, ambos são levados à fogueira. Porém um incêndio na abadia começando pela biblioteca tira a atenção dos monges o que acarreta na fuga da moça. Solucionadas as mortes e ambas atribuídas a um livro de Aristóteles o qual possuía veneno e ao ler e passar o dedo na língua o leitor morreria envenenado. Ao fim do filme, Adson mais velho, que é o narrador do filme, confessa que apesar do passar dos tempos ele não esquece o rosto da moça.

O filme nos faz recordar de como no passado o conhecimento era monopolizado pela igreja já que a grande maioria das universidades encontrava-se senão dentro das igrejas, e essas pertenciam ao clero. Por isso é que a biblioteca tem que ser secreta, porque ela inclui obras que não estão devidamente interpretadas no contexto do cristianismo medieval, baseado nas doutrinas agostinianas. O acesso à biblioteca é restrito, porque há ali um saber que é ainda estritamente pagão (especialmente os textos de Aristóteles), e que pode ameaçar a doutrina cristã. Como diz ao final Jorge de Burgos, o velho bibliotecário, acerca do texto de Aristóteles – a comédia pode fazer com que as pessoas percam o temor a Deus e, portanto, faz desmoronar todo esse mundo.

O filme também retrata como era mais fácil atribuir crimes atos demoníacos do que a erros de dentro do próprio clero. Também é possível observar como para os jovens da época que queriam “crescer” na sociedade e estes não nasceram ricos a única forma era seguir a Igreja e submeter-se a ela essa era a única forma de primeiro não morrer e de fome e depois ter uma carreira religiosa que lhe concedesse algumas regalias.


A possível associação do titulo do filme é que como Adson nunca soube o nome da moça ela a chamara de rosa daí o filme se chamar O Nome da Rosa, outra possibilidade é que A expressão "O nome da Rosa" foi usada na Idade Média significando o infinito poder das palavras. A rosa subsiste seu nome, apenas; mesmo que não esteja presente e nem sequer exista. A “rosa de então”, centro real desse romance, é a antiga biblioteca de um convento beneditino, na qual estavam guardados, em grande número, códigos preciosos: parte importante da sabedoria grega e latina que os monges conservaram através dos séculos.

Esse filme é interessante para quem estuda História, Sociologia, Filosofia, dentre outras disciplinas do campo das ciências humanas, já que este retrata muito bem os aspectos como a influencia da Igreja no que diz respeito ao conhecimento dentre outros aspectos.

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quinta-feira, 18 de junho de 2009

Pelo Ocidente Medieval... ainda falando dos povos "bárbaros"

GUERRAS, Maria Sonsoles. Os povos bárbaros. 2. ed São Paulo: Ática, 1991. p. 5 a 40

“A produção artística e cultural dos g
ermanos estava profundamente interligada ao seu espírito guerreiro”, várias epopéias contavam as conquistas e feitos dos germânicos, o poema dos nibelungos foi orquestrado pelo compositor alemão Wagner, no século XIX, este poema é uma expressão significativa da epopéia germânica. A ourivesaria como já citado, foi uma das manifestações mais importantes dos germanos.

A ocupação
das gálias no século I, talvez tenha sido o primeiro contato mais direto entre romanos e bárbaros, várias hipóteses são levantadas para explicar esse movimento migratório dos bárbaros em direção ao Império: pilhagem, aventura, condições climáticas ruins na região báltica e na Escandinávia. Roma, a partir dos primeiros contatos com estes povos, pretendeu submetê-los ao império, inclusive com o pagamento de tributos.

Dentre os germanos havia os partidários de uma aliança com Roma para fins hegemônicos, dentre estes, muitos já estavam muitas vezes ocupando cargos no império e já eram cidadãos romanos e outros faziam oposição a Roma. Como as tribos germânicas perceberam-se diferentes dos romanos e muitas tinham interesses comuns, acabaram criando certa unidade, entretanto as rivalidades ainda subsistiam. Roma habilmente conseguiu acirrar essas rivalidades a fim de fragmentar e dispersar as tribos germânicas, muito embora também os germânicos tenha se aproveitado dos dissensos dentro do império romanos, principalmente a partir da morte de Nero em 68.

Desde os primeiros contatos entre
romanos e bárbaros, Roma teve variadas políticas de defesa, dentre elas a de “organizar as suas fronteiras aproveitando-se das condições geográficas que serviriam como limites naturais”, o Reno e o Danúbio tornaram-se os limites geográficos do império e marcos para a construção dos limes.

Como Le Goff cita em a Civilização do Ocidente Medieval Vol. I, o Império, mais do que uma política expansionista, possuía uma política voltada para a defesa de seus territórios, Sonsoles traz esta discussão e demonstra que essa certa estagnação na prática conquistadora romana levou a um contato maior e permanente com os germanos, que mais e mais se fixavam nas faz fronteiras e perto dos limes. Isto tudo fez parte do processo de romanização empreendido por Roma, caracterizado prioritariamente pelas relações dos chefes germânicos com Roma, a entrada dos germanos nas legiões romanas, as práticas econômicas entre Roma e a Germânia nos limes e os tratados de ajuda militar.


Esta “simbiose” entre romanos e germanos aconteceu de forma gradativa, a nobreza germânica prestava serviços a Roma, chegando as famílias principais a ocupar postos especiais dentro do Império. O principal fato desta “simbiose” foram as legiões romanas, que no início, os bárbaros eram apenas contratados como mercenários e, paulatinamente foram se infiltrando nos cargos das legiões chegando até, no governo de Vespasiano (66 a 79), liderarem e chefiarem legiões inteiras.

“O limes não era uma muralha continua, mais um amplo caminho em que, a intervalos regulares se construíam torres de madeira, com uma pequena guarnição para vigiar possíveis movimentos inimigos”, desse modo, os limes constituíam-se em verdadeiros ambientes de trocas. Os germano
s trocavam seus produtos, tais como âmbar, madeira, trigo e peles por outros de origem romana, que em geral era de péssima qualidade, gerando assim um comércio altamente rentável a Roma. Outro aspecto que também é defendido por Le Goff é a questão da necessidade de mão-de-obra agrícola, que levou a uma constante entrada de “bárbaros” nos limes.

Ainda falando do processo de romanização, os tratados de ajuda militar, eram acordos feitos por Roma e os Reinos Bárbaros, para que estes últimos ajudassem o Império a defender suas fronteiras de possíveis ataques, estes tratados forma bastante frágeis, devido à falta de autonomia de Roma em suas regiões de fronteira. É importante destacar ainda, que a própria existência do Império atraía outros povos, motivados pelas terras e riquezas que Roma possuía.


Essa política defensiva no limes demonstrou suas falhas quando outros povos mais belicosos do interior da Germânia chegaram às fronteiras, desta forma, Roma procurou fortalecer as fronteiras e disciplinar o exército, aliado a isso, os próprios germanos vinham se modificando, grupos se uniram , algumas tribos se f
ragmentaram, surgiram novos nomes para os grupos. Quando o Império entrou em crise no século III, os limes ficaram sem nenhuma proteção e o império com muita dificuldade em se defender, assim, vários povos germânicos passaram a adentrar cada vez mais ao império em direção a Roma. Três séries de acontecimentos podem explicar esses movimentos bárbaros: a política restritiva do Império, proibição de navegação dos rios e obrigação de manter uma terra inculta para além dos limes; a reorganização política dos germanos, as tribos passaram a unir-se cada vez mais; os movimentos migratórios dos germanos, os germanos orientais desde o século II deixaram seus assentamentos no litoral do mar Báltico e dirigiram-se para o sul, empurrando assim aqueles que já viviam no limes.


Após vários embates entre variados grupos germânicos e os romanos durante o século III, no século IV Roma viveu um período de aparente calmaria, “se abria aos elementos germânicos e os acolhia, visando melhor se proteger”. Os romanos comercializavam com os germânicos, sofreram influência do alfabeto rúnico e também nas artes. Já os germanos, no que diz respeito à religião, foram evangelizados,
mas maioria das tribos convertera-se primeiramente ao arianismo, levando a vários conflitos com os romanos católicos. Os romanos mantinham relações militares com os germanos, “através de um contrato com Roma, os povos “bárbaros” ocupavam as terras romanas e, em troca, forneciam ao governo imperial certo números de soldados. Porém, esses povos mantinham seus costumes, organização social e política, o que no futuro trouxe conseqüências desastrosas para o Império”.

É este cenário que irá preceder as grandes invasões germânicas do século V.

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terça-feira, 16 de junho de 2009

Análise do texto: Um clássico conhecido, demasiado conhecido (DESCARTES)



"INEXISTE NO MUNDO coisa mais bem distribuída que o bom senso,visto que cada indivíduo acredita ser tão bem provido dele que mesmo os mais difíceis de satisfazer em qualquer outro aspecto não costumam desejar possuí-lo mais do que já possuem. E é improvável que todos se enganem a esse respeito;mas isso é antes uma prova de que o poder de julgar de forma correta e discernir entre o verdadeiro e o falso, que é justamente o que é denominado bom senso ourazão, é igual em todos os homens; e, assim sendo, de que a diversidade de nossas opiniões não se origina do fato de serem alguns mais racionais que outros, mas apenas de dirigirmos nossos pensamentos por caminhos diferentes enão considerarmos as mesmas coisas. Pois é insuficiente ter o espírito bom, o mais importante é aplicá-lo bem. As maiores almas são capazes dos maiores vícios, como também das maiores virtudes, e os que só andam muito devagar podem avançar bem mais, se continuarem sempre pelo caminho reto, do que aqueles que correm e dele se afastam. Quanto a mim, nunca supus que meu espírito fosse em nada mais perfeito do que os dos outros; com freqüência desejei ter o pensamento tão rápido, ou a imaginação tão clara e diferente, ou a memória tão abrangente ou tão pronta,quanto alguns outros. E desconheço quaisquer outras qualidades, afora as que servem para o aperfeiçoamento do espírito; pois, quanto à razão ou ao senso,posto que é a única coisa que nos torna homens e nos diferencia dos animais, acredito que existe totalmente em cada um, acompanhando nisso a opinião geral dos filósofos, que afirmam não existir mais nem menos senão entre os acidentes, e não entre as formas ou naturezas dos indivíduos de uma mesma espécie."

René Descartes (Início do Discurso do Método)


O referido texto começa com o argumento de que "o bom senso é a coisa mais bem distribuída do mundo", ora, Descartes aplica o termo bom senso se referindo à razão. Esta primeira sentença virá a validar a tese principal do texto, como se pode notar a seguir.


Descartes afirma que o bom senso ou razão, estando igualmente distribuído, ninguém deseja além do que tem. Sendo assim, todos possuem o poder de bem julgar e de distinguir o verdadeiro do falso igualmente distribuído e que a diversidade de opiniões não decorre de uns serem mais dotados de razão do que outros, mas sim por conduzir os pensamentos por diversas vias, ou seja, mesmo todos possuindo igualmente a capacidade de bem julgar ou todos tendo bom senso ou razão, aplica-se métodos diferentes no julgamento das coisas.


É com as afirmações supracitadas que Descartes vai apresentar a seguinte tese: "Não basta ter o espírito bom, mas o principal é aplicá-lo bem". Vale lembrar que Descartes aplica o racionalismo aqui diferentemente de Sócrates, pois para este, quando se chega ao logos (razão), instantaneamente o homem torna-se virtuoso e Descartes vai logo refutar essa idéia socrática dizendo que "as maiores almas são capazes dos maiores vícios".


No segundo parágrafo, o filósofo se apresenta como um homem comum aos demais e deseja possuir até algumas qualidade que para ele serviriam à perfeição do espírito, qualidades que são: pensamento pronto, imaginação nítida e distinta (referindo-se aos sentidos), memória ampla e a prontidão. Nota-se que em nenhum momento ele põe a razão como necessidade para a perfeição do espírito, pois esta é invariável e é a única coisa que difere homens de animais.


Por fim, ele aplica um conceito aristotélico, que é o dos acidentes, isto é, o homem se diferencia uns dos outros pelos acidentes (qualidades) e não pela natureza (essência), visto que a essência humana para Descartes é a razão e esta está inteira em cada um.


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domingo, 14 de junho de 2009

História como ciência

A História é resultado das produções cognitivas e intelectivas por meio da pesquisa e explicitada através da historiografia, desta forma, a narrativa (um dos tipos de discursos históricos) se torna um fato social, isto é, a partir de uma produção cognitiva os fatos narrados materializam-se e passam a ser objetos de estudo, passíveis de reinterpretações e remodelações.

Destarte, a concepção de História como ciência não implica no seu afastamento da sociedade, muito embora, muitos afirmem que se deve afastar do objeto a ser estudado. A História, assim como a produção histórica partem do seio dos processos de permanências e cisões do sistema social e retornam a ele. Convém ressaltar que a História como ciência não parte da concepção metódica de Ranke: "a verdade nua", mas também não invalida a busca permanente pela composição do fato tal como aconteceu, apenas salienta para além de "desvelar" a verdade, a História tem além dos resultados da pesquisa, a pesquisa "historiografada" para o acesso tanto na academia e também para buscar a autocompreensão histórica do sujeito individual e do sujeito coletivo.

Assim fica evidenciado o uso prático do saber histórico, não obstante, esta historiografia também produza efeito cultural e receba influências culturais. A partir da produção historiográfica se pode reforçar ou desmentir determinadas práticas de cultura, ou seja, variando o tipo de discurso ou tipologia usada, a historiografia pode estar assimilando ou contrapondo determinadas conjunturas.

Esta produção historiográfica, resultado de uma pesquisa, orientada por métodos científicos, pode ser aliada, na hora de sua transcrição para o público-alvo, que é do presente, elaborar-se literariamente artística, de modo que a formatação histórica torne-se atraente, o que significa que o apelo à emoção do destinatário não ignora sua inteligência.

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quinta-feira, 11 de junho de 2009

Pelo Ocidente Medieval... Os Bárbaros

GUERRAS, Maria Sonsoles. Os povos bárbaros. 2. ed São Paulo: Ática, 1991. p. 5 a 40

O conceito “povos bárbaros” foi primeiramente utilizado pelos gregos para definirem todos aqueles que não pertenciam ao mundo helênico, os romanos posteriormente adotaram esse termo para designar todos aqueles que não eram romanos, portanto bárbaros passou significar: aqueles que não pertencem ao mundo românico. Existe grande dificuldade em identificar a origem destes povos bárbaros, mas a conceituação mais aceita é de que eles em sua maioria eram povos nórdicos que por causa das intempéries e por fuga de outros povos tenham migrado da península escandinava em direção às terras do sul que eram mais férteis. O texto de Maria Sonsoles Guerra procura demonstrar que diferentemente do que outrora foram afirmados sobre os povos bárbaros, que teriam sido a única causa do fim do esplendoroso império romano, os bárbaros deram um novo formato ao já então decadente império, trazendo suas praticas culturais, suas tecnologias agrícolas e militares. Desta forma, os bárbaros não seriam a causa primeira da ‘queda de Roma’, mas a sua aceleração.

Existe duas formas mais comuns de se classificar os povos bárbaros, quanto à língua e quanto à localização geográfica, a partir língua se tem o seguinte esquema: germânico continental (francos, alamanos, bávaros, lombardos...); germânico do mar do Norte (anglo-saxão, frísio) e talvez um germânico do Elba; por fim, godo-escandinavo (dialetos nórdicos e ósticos na classificação tradicional). E também existe a diferenciação geográfica, onde se podem dividir os povos bárbaros em germanos ocidentais e os setentrionais e orientais.

Maria Sonsoles Guerra utiliza como fonte para estudar os povos bárbaros a obra de Tácito, Germania, segundo ela, talvez em muitas das informações fornecidas por Tácito são provenientes de relatos antigos e não do contato direto do auto, mas também ele se utiliza de materiais contemporâneos à época. Para a autora esta obra é “imprescindível para a compreensão da civilização bárbara”.

“Os germanos desconheciam estado e cidade”, ou seja, os povos germânicos mantinham outra organização social, baseada na comunidade, na tribo, no clã, quer dizer, os laços de sangue é que definiam a razão de ser dos indivíduos. A estrutura social era definida basicamente pelos homens livres, os guerreiros; depois os semilivres, oriundos de povos conquistados e enfim; os escravos domésticos ou dedicados ao cultivo das terras, os escravos não faziam parte do povo germânico.

A sociedade germânica era politicamente sustentada pelo caráter militar, as tribos estavam sempre em guerra. “Uma das principais atividades dos germanos estava ligada à guerra: a metalurgia das armas, arte na qual eram insuperáveis”, os motivos principais dessas tribos eram de ordem militar, a hierarquia social caracterizava-se por uma instituição essencialmente guerreira, o séquito (comitatus), que era formado pelos jovens guerreiros e que era liderado por chefes hereditários ou por ricos. O poder quase total destes grupos, no entanto só era exercido nos tempos de guerra, em tempos de paz este comitatus, desfrutava apenas de seu prestígio social, pois o verdadeiro poder pertencia à assembléia dos homens livres.

“Os germanos eram simultaneamente guerreiros e camponeses”, a partir desta definição da autora, apreende-se que apesar de caráter militar destas tribos, elas também cultivavam o solo. Os germanos se lançavam muitas vezes a guerra com o objetivo de novas conquistas e aquisição de mão-de-obra servil, na época das colheitas, as guerras eram interrompidas. Os germanos viviam da pecuária e da agricultura juntamente com a pesca e a caça, como o solo se desgastava devido às técnicas rudimentares que os germanos usavam no plantio, estes povos eram seminômades, sempre em busca de terras mais férteis. Segundo Sonsoles, talvez estas sejam também um dos motivos das migrações destes povos em direção sul, onde havia terras mais férteis. Dentre outras práticas econômicas, era bastante desenvolvida a ourivesaria, já a tecelagem e a cerâmica constituíam as principais formas de artesanato, mas dentre estas técnicas, a que mais se sobressaía era a metalurgia, como já vimos, por ser de suma importância à guerra.

“É difícil afirmar se houve uma unidade religiosa entre os germanos”, o que é de conhecimento é que eram os chefes de família domésticos que dirigiam os sacrifícios, as mulheres tinham lugar de destaque como profetisas ou mágicas. Eles não possuíam templos, realizando seus rituais nos bosques sagrados, picos de montanhas ou próximos de fontes ou arvores, “os germanos adoravam essencialmente a natureza e suas forças, que atuavam como em um campo de batalha em defrontavam os deuses”.“A produção artística e cultural dos germanos estava profundamente interligada ao seu espírito guerreiro”, várias epopéias contavam as conquistas e feitos dos germânicos, o poema dos nibelungos foi orquestrado pelo compositor alemão Wagner, no século XIX, este poema é uma expressão significativa da epopéia germânica. A ourivesaria como já citado, foi uma das manifestações mais importantes dos germanos.

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Um pouco de Rousseau...


"O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros. De tal modo acredita-se o senhor dosoutros, que não deixa de ser mais escravo que eles. Como é feita essa mudança? Ignoro-o. Que é que atorna legítima? Creio poder resolver esta questão.Se eu considerasse tão-somente a força e o efeito que dela deriva, diria: Enquanto um povo éconstrangido a obedecer e obedece, faz bem; tão logo ele possa sacudir o jugo e o sacode, faz aindamelhor; porque, recobrando a liberdade graças ao mesmo direito com o qual lha arrebataram, ou este lheserve de base para retomá-la ou não se prestava em absoluto para subtraí-la. Mas a ordem social é umdireito sagrado que serve de alicerce a todos os outros. Esse direito, todavia, não vem da Natureza; está,pois, fundamentado sobre convenções. Mas antes de chegar aí, devo estabelecer o que venho de avançar.
A mais antiga de todas as sociedades, e a única natural, é a da família. As crianças apenas permanecemligadas ao pai o tempo necessário que dele necessitam para a sua conservação. Assim que cesse talnecessidade, dissolve-se o laço natural. As crianças, eximidas da obediência devida ao pai, o pai isentodos cuidados devidos aos filhos, reentram todos igualmente na independência. Se continuam apermanecer unidos, já não é naturalmente, mas voluntariamente, e a própria família apenas se mantémpor convenção.Esta liberdade comum é uma conseqüência da natureza do homem. Sua primeira lei consiste em protegera própria conservação, seus primeiros cuidados os devidos a si mesmo, e tão logo se encontre o homemna idade da razão, sendo o único juiz dos meios apropriados à sua conservação, torna-se por sí seupróprio senhor.É a família, portanto, o primeiro modelo das sociedades políticas; o chefe é a imagem do pai, o povo aimagem dos filhos, e havendo nascido todos livres e iguais, não alienam a liberdade a não ser em troca dasua utilidade. Toda a diferença consiste em que, na família, o amor do pai pelos filhos o compensa doscuidados que estes lhe dão, ao passo que, no Estado, o prazer de comandar substitui o amor que o chefenão sente por seus povos."
Jean Jacques Rousseau (início de O Contrato Social)



Rousseau começa Do contrato social questionando o motivo de os homens viverem sob os grilhões da vida em sociedade, do porquê de os homens abandonarem o estado de natureza, uma vez que todos nascem homens e livres.

A ordem social seria, para Rousseau, um direito sagrado fundado em convenções, portanto, não-natural. O objeto de estudo deste livro é, em geral, quais seriam estas convenções. A primeira forma de sociedade, portanto o que mais se aproxima de uma sociedade "natural", seria a família. Por ser o que mais se aproxima de uma forma natural de sociedade, a família serve como primeiro modelo de sociedade política: o pai representado pelo chefe, os filhos pelo povo. Mas o direito do pai sobre o filho cessa assim que este atinge a idade da razão e torna-se senhor de si. A distinção entre sociedade familiar/sociedade política se dá, principalmente, no fato de o pai se ligar ao filho por amor, e o chefe por prazer em mandar.

À questão do direito do mais forte, Rousseau responde que: ceder à força constitui ato de necessidade, não de vontade; quando muito, ato de prudência. Em que sentido poderá representar um dever?, ou seja, a força difere do direito porque pode se impor, mas não obrigar. Assim, para Rousseau, Força é diferente de Direito - o último é um conceito moral, fundado na razão, enquanto a força é um fato. Por isso não há direito (nem Contrato) na submissão de um homem pela força. Nenhum homem aliena sua liberdade gratuitamente a um outro - tampouco um povo a um indivíduo. A Escravidão não tem sentido para Rousseau, porque para o autor, o homem depende da liberdade: a liberdade é condição necessária da condição humana. Por isso, ele afirma que renunciar à liberdade é renunciar à qualidade de homem, aos direitos da humanidade, e até aos próprios deveres. Não há recompensa possível para quem a tudo renuncia.

Ao falar de como é sempre preciso remontar a uma convenção anterior, Rousseau conclui que a submissão de um povo a um rei só pode vir depois da constituição do próprio povo, ou seja, antes de um contrato de submissão, é necessário um contrato de associação, visto que, em estado de natureza, os homens não estão associados. A constituição do Povo, ou a associação das vontades individuais depende do Pacto Social.

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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Pelo Ocidente Medieval...

LE GOFF, Jacques. A civilização do ocidente medieval. 2. ed Lisboa: Estampa, 1983-1984. 2v. cap 1.

É a partir da crise do império romano que o ocidente medieval irá se erguer. “Roma foi o seu alimento e a sua paralisia”. Roma caracterizou-se por um império inclinado a si mesmo. Desenvolveu um exército de defesa, era alimentada pelo sistema de pilhagens e foi construída em um perímetro onde poderia se defender, os limes (limite, fronteira, muros de Roma). Elementos como a concessão da cidadania romana a todos os habitantes do Império e até mesmo imperadores de origem estrangeira, como espanhóis, gauleses e orientais indicam os efeitos da crise do século III em Roma. Estes são também por outro lado, elementos do êxito da romanização.

Outro elemento de importante teor para a ruína de Roma foi o crescente desequilíbrio do Oriente que florescia, a mercê dos mercadores sírios e judeus e o Ocidente, que definhava e já não conseguia mais obter ouro e o sistema de pilhagens, que há muito tempo já não trazia resultados. Constantinopla, que se torna a capital do Império, é o grande sinal deste florescer do Oriente, ao passo que o Ocidente passa por amargas crises. “Bizâncio continuará Roma, sob as aparências da prosperidade e do prestígio, prolongará até 1453, por trás das muralhas, a agonia romana”.

A religião cristã possui características de universalidade, isto é, abranger todos os povos e civilizações e como Le Goff apresenta Roma, apesar da falsa impressão de conquista, apresenta-se como um império que se flexiona a si mesmo. “O cristianismo é um falso aliado de Roma”. As tentativas de união entre o Ocidente decadente e o Oriente próspero irão marcar todo o ocidente medieval. O cristianismo que assimila formas românicas, ou seja, que se fecha, em outros momentos assume suas características primitivas, isto é, de religião aberta a todos os povos. A opção por um mundo rural ou um mundo urbano será uma questão que irá permanecer durante um período de dez séculos.

As invasões bárbaras, termo que o autor utiliza, foram a precipitação do fim de Roma, acrescentando-lhe um caráter catastrófico e sombrio. As invasões não foram novidade para os romanos, desde o século II os romanos conviviam com os germânicos em seus limes e com constante ameaça de invasão. Com a emancipação e independência das províncias, Roma já não dava suporte, os suprimentos não chegavam, ficando a população a mercê das tribos bárbaras que circunvizinhava os limes.

Do oriente surgem tribos bárbaras como os godos, que depois se dividem entre visigodos e ostrogodos, os vândalos e os hunos. Muitos povos vêm da península Escandinávia e da Sibéria. Dentre as características mais importantes das invasões podemos destacar: foram quase sempre fuga de outros povos e que esbarraram no império romano, que muitas vezes lhes negavam guarida; os romanos mantinham os bárbaros em seus limes, mas em condições subumanas; os romanos que viviam nas fronteiras aceitaram as tribos, respeitavam suas leis, os costumes em troca de obter soldados e camponeses, visto que Roma já não dava conta de seu território e assim diminuir o déficit de mão-de-obra servil e militar; para alguns romanos daquela época as invasões ocorreram pelo abandono dos deuses em adesão ao cristianismo, outros interpretaram que foi por causa do pecado dos romanos (inclusive dos cristãos), outros ainda enxergavam os bárbaros mais benevolentes que os romanos em suas conquistas, por não terem derrubado as igrejas e aceitarem que as pessoas se refugiassem nelas.

Roma em crise aumenta os impostos pra tentar amenizar a situação, mas sua população já está enormemente empobrecida e para fugir do jugo das políticas romanas de opressão, as massas camponesas e militares buscam refúgio entre os bárbaros, onde tinham mais liberdade do que quando eram cidadãos romanos, entretanto tratados como escravos. Os bárbaros tinham admiração pela cultura romana, tão famosa por várias partes do mundo até então conhecido, desta maneira eles aceitaram que muitos romanos entrassem em suas tribos, alcançassem cargos e uma espécie de romanização, desta forma houve uma aculturação, temo este designado por Le Goff e que outros autores preferem chamar de simbiose. Em suas longas viagens, os bárbaros também conheceram outros povos e civilizações, principalmente os asiáticos e a cultura Greco-romana, assim trouxeram técnicas avançadas de metalurgia e arte do couro por exemplo.


Apesar da intensa romanização dos povos bárbaros, nenhum líder cunhou para si o título de imperador, sempre esteve sob o poder nominal do imperador de Constantinopla, situação que perdura até Carlos Magno. Ostrogodos, visigodos, burgúndios, vândalos e lombardos se convertem ao arianismo, uma heresia o que levou a intensas lutas entre estes povos arianos e os romanos católicos. A acomodação bárbara foi em alguns momentos natural, mas em outros momentos violentas e agressivas, havia acirramentos de disputas internas, muitas provocados pelos próprios romanos, interessados na fragmentação destes povos. “A confusão aumentava com o terror e, mesmo que descontemos os exageros, as narrativas de morticínios e de devastações que enchem a literatura do século V não nos deixam dúvidas acerca das atrocidades e destruições que acompanharam os “passeios” dos povos bárbaros.


“O ferro, a fome, as doenças, as feras serão os sinistros protagonistas dessa história”. São essas características que irão atravessar todo o ocidente medieval. Ora ao ritmo de lentas infiltrações e de avançadas, mais ou menos pacíficas ora ao ritmo de bruscas arremetidas acompanhadas de lutas e morticínios, a invasão dos bárbaros modificou profundamente, entre o século V e o fim do século VI, o mapa político do ocidente que estava sob a autoridade nominal do imperador bizantino”.


Um acontecimento de grande importância foi a formação do império huno de Átila, que unificou restos de exércitos de outros povos bárbaros que havia subjugado e manteve relações ambíguas com Bizâncio, ou seja, tinha certa amizade com o imperador do Oriente, muito embora parecesse sempre a espera da oportunidade para tomar Constantinopla. Átila e os hunos atravessaram todo o ocidente medieval, desde a capital do império do Oriente até a Espanha, entretanto com a morte de seu líder, este império se esfacelou, sendo bastante efêmero.


Grandes personagens desse período foram sem dúvida Clóvis e Teodorico. Clóvis, da tribo franca dos Sábios, conquistou a Gália e unificou as diversas tribos francas existente, é convertido ao catolicismo romano, diferentemente dos outros reis bárbaros que a priori haviam aderido ao arianismo, seita condenada pela Igreja no Concílio de Nicéia, adere a hierarquia eclesiástica e expande os territórios sob domínio dos francos, no entanto, não consegue chegar ao mediterrâneo, pois Teodorico o impede de conquistar a Provença. Teodorico foi o líder que conduziu os ostrogodos à conquista da Itália, constituindo ali o reino ostrogodo, por ter residido em Bizâncio durante muito tempo, trouxe consigo padrões político, administrativos e culturais de lá. Foi Teodorico o responsável de impedir a conquista dos francos ao mare nostrum.


Os imperadores do Oriente evitaram a todo custo a chegada e tomada dos bárbaros à Constantinopla, desviando-os para o ocidente, concedendo aos reis bárbaros título como de cônsul e patrícios em troca de uma vaga submissão. Afastar esses povos bárbaros era uma questão prioritária para esses imperadores, mas que não conseguiram concretizar, visto que os vândalos e posteriormente os árabes se apoderaram do mediterrâneo. Esse cenário teve duas importantes mudanças. A política imperial de Bizâncio, que com o advento de Justiniano, pretendia reconquistar senão todo o ocidente do império, pelo menos o domínio mediterrânico, outro acontecimento basilar foi o aparecimento do Islã, que submeteu toda a península ibérica, sul da península itálica e chegou até a Provença, mas Carlos Martel retomou-a em 732.


“O mundo medieval resulta do encontro e da fusão de dois mundos que iam evoluindo um para o outro, de uma convergência das estruturas romanas e das estruturas bárbaras em transformação”. Importantes características desta transição foram: a ruralização crescente; declínio das cidades; trocas das estradas romanas por vias fluviais; a cristianização e a cristandade; perda de poder decisivo de Roma sobre seu exército e prevalecimento de leis consuetudinárias.

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terça-feira, 2 de junho de 2009

E a educação... [2]

CARTA ABERTA DOS ESTUDANTES DE MEDICINA DA UEFS

Chega de promessas não cumpridas!
Não é de hoje que a estratégia do governo do Estado de sucatear as Universidades públicas vem sendo alertada para a comunidade. Falta de concursos públicos para professores, escassez de material didático, falta de equipamentos, laboratórios inadequados e estrutura física inadequada - são alguns dos problemas enfrentados por todos os cursos da UEFS, em particular o curso de Medicina.
Foram realizadas várias reuniões com representantes do Governo do Estado, deputados estaduais, principalmente os da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, e Secretaria de Educação do Estado, porém não tivemos resultados concretos, apesar de tantas promessas. Isso demonstra o valor que sem tem dado à educação no estado da Bahia e à formação dos futuros profissionais de saúde que atuarão na comunidade. Como se não bastassem todas as dificuldades externas, nós, estudantes de medicina, encontramos empecilhos na realização de nossas atividades acadêmicas, decorrentes da desorganização e omissão da maioria dos membros do colegiado do curso de Medicina, Departamento de Saúde e Área de Medicina. Ações paternalistas com professores que não cumprem a carga horária, falta de compromisso com o andamento das atividades do curso e ausência de articulação com outros setores da universidade são situações rotineiras, vividas desde a implantação do curso em 2003. Estamos tentando ser bons médicos, mas para isso não podemos caminhar sozinhos. Exigimos que as instâncias competentes assumam suas responsabilidades!
A luta dos estudantes do curso de medicina da UEFS vai além da busca pela inquestionável qualidade de ensino e formação dos futuros profissionais de saúde. Nós entendemos que a UEFS é uma universidade pública, inserida não apenas no espaço geográfico do semi-árido, mas em toda sua complexidade sócio-cultural, tendo como meta cumprir seu papel social. Todos os seus cursos, portanto, devem exercer plenamente tal função. Diante do exposto, solicitamos o apoio de toda a sociedade baiana para essa luta pela educação pública de qualidade.
Já passou da hora de toda comunidade saber a situação caótica que estamos vivendo: ESTAMOS EM GREVE!

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

E a educação...


Ah como eu torci para que Salvador fosse uma das cidades sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014, eu nem acreditava muito que poderíamos vencer, pois nossa capital soteropolitana tem muitos problemas de mobilidade e com certeza terá dificuldades em manter uma arena tão moderna como a que será construída. O projeto dentre os que foram apresentados nem era o mais bonito, mais com certeza foi um dos mais baratos e rentáveis para o Estado. Mas noutra oportunidade me deterei nestes aspectos que com certeza irão renovar a capital da alegria. Com certeza estamos todos comemorando, serão inúmeros investimentos e uma alavancada na economias baiana gerando muitos empregos. Mas como anda a educação?

Segue um informativo do DCE-UEFS (Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana):

O histórico ataque dos governos Carlistas contra as universidades estaduais na Bahia não foi interrompido com a derrubada dos  representantes desse corrente política. A manutenção do descaso para com a educação é perceptível, e isso se mostra explicitamente no 
cotidiano das Universidades Estaduais. No caso da UEFS podemos identificar diversos pontos que comprovam essa política "continuista" adotada pelo governo Jaques Wagner (PT). O atraso no pagamento das bolsas, a falta de professores e os demais problemas enfrentados nos diversos cursos mostram em que nível de prioridade se encontra a educação no "Governo de Todos Nós", que se utiliza do discurso da crise para "justificar" o abandono em que se encontra a educação no estado.

Esses problemas identificados em alguns cursos são apenas sintomas de um problema muito maior enfrentado atualmente pela UEFS. O orçamento previsto para o funcionamento da universidade, no ano de 2009, está estipulado em 163 milhões, porém, o governo do estado aprovou apenas 127 milhões. Sendo assim, o funcionamento da UEFS está extremamente ameaçado, havendo a possibilidade de paralisação por falta de elementos básicos. Estipula-se que o orçamento aprovado (127 milhões) garante o funcionamento da instituição apenas até agosto, não concluindo o semestre em curso. Para a reversão dessa situação é necessário que haja uma suplementação orçamentária, e o governo do estado já sinaliza que não haverá 
essa suplementação.

Além do problema orçamentário, a UEFS enfrenta outro grande problema relacionado à falta de professores. A universidade dispõe hoje de um quadro efetivo de professores que se limita a 850, sendo que para o funcionamento regular da instituição seriam necessários, no mínimo, 1300 professores efetivos. Dessa forma, temos um déficit de 450 professores. A limitação do quadro efetivo de professores é determinada pelo CONSAD (Conselho Superior de Administração) que, por sua vez, é regulamentado pela famigerada lei 7.176/97. Esse Conselho é composto, prioritariamente, por representantes e indicados do governo do estado, o que retira o poder de decisão da universidade, ferindo assim o direito garantido constitucionalmente de autonomia universitária.

[...] Exigimos prioridade para educação por parte do Governo Jaques Wagner (PT) e juntos entoarmos o grito: a UEFS não deve pagar pela crise.
DCE-UEFS

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