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sexta-feira, 31 de julho de 2009

O império bizantino: economia e cultura...

FRANCO JUNIOR, Hilário, 1948; ANDRADE FILHO, Ruy de Oliveira. O império bizantino. 5 ed. São Paulo: Brasiliense, 1995. 100 p

“Constantinopla foi, sem dúvida, o grande centro urbano da Europa Medieval”, é assim que Hilário Franco começa a discutir a estrutura econômica do Império Bizantino, chega até a afirmar em linhas posteriores que Constantinopla não apenas era apenas a capital romana do Oriente, mas a “capital da comunidade mediterrânica”, sua localização geográfica, ligação do mar negro ao mediterrâneo, da Ásia a Europa, fizeram da cidade um entreposto comercial por onde passavam mercadorias oriundas de todos os lugares, como seu porto praticamente tornou-se para obrigatória, Bizâncio quase que não importava nada e Enem seus comerciantes pagavam impostos para transitarem pelos mares e portos de outros povos.



A economia bizantina foi marcada por grande estativismo, “os artesãos e os comerciantes estavam reunidos em corporações rigidamente regulamentadas e supervisionadas, entretanto, mesmo com o comércio extremamente importante, o Império teve como essência de sua economia a agricultura, herança do Império Romano.


Deste modo, com o alto controle sobre o comércio, o Império limitava a iniciativa privada, a aristocracia não investia nem no comércio, por ser de alto risco e nem na produção industrial, onde o Estado intervém diretamente. Mesmo assim Constantinopla acumulou muitas riquezas, fato ajudado por sua moeda ser estável de utilização no comércio internacional.



A prosperidade de o Império poder ser destacado, como já foi dito, pela sua posição geográfica e também pela existência de importantes portos da Ásia Menos em seu território. O declínio deste auspicioso comércio só viria a partir do século XII, quando os latinos começam paulatinamente controlar as rotas comerciais, primeiros os venezianos e depois os genoveses, que em suas lutas por disputa pelo comércio, organizaram cruzadas que enfraqueceram o Império Bizantino, pois Bizâncio trouxe para seu interior a rivalidade e as guerras destas duas cidades italianas.


Foi desta forma que o ao organizar a Quarta Cruzada. Veneza se aproveitando das divergências político-religiosas entre o Ocidente e Constantinopla e querendo apossar-se definitivamente do comércio bizantino, estabeleceu o Império Latino do Oriente (1204-1261), a partir daí Gênova se propôs a ajudar na reconstituição do Império, em troca exigia o domínio total do comércio, assim os genoveses seguiram os venezianos na hegemonia econômica e Bizâncio perdera o controle de seus territórios.


Sobre a economia agrária, podem-se aferir três períodos: até o século VII, manteve-se a estrutura romana, do século VII ao século X, houve uma maior preocupação com o pequeno produtor e nesse período foi alcançada a maior produtividade agrícola do Império e o último período, encerrado no século XV com o fim do Império Bizantino, onde reapareceram grandes domínios tornando-se predominantes.



O latifúndio, que era a unidade produtiva básica era constituído basicamente de três tipos: terras da Coroa, terras de Nobre e terras da Igreja e mosteiros. As terras que mais cresceram foram as dos nobres, que cada vez mais ganhando poder, levou à desagregação do Império e junto com isso a desvalorização da moeda, “assim reuniram-se as forças que levariam o império à dissolução”.

“A conturbada existência de onze séculos do Império Romano do Oriente acarretou inúmeras peculiaridades e características que, em meio a elos comuns, elaboraram sua personalidade”,
o mundo bizantino possuía uma multiplicidade de povos, raças, línguas e credos que as vezes estavam em suas fronteiras e as vezes não, apesar de Constantinopla lograr para si o título de Império Grego Cristão, a parcela de gregos em seu território era muito pequena.

Assim, “ser bizantino não implica uma nacionalidade”, misturavam-se eslavos, búlgaros, georgianos, armênios, persas, russos, normandos, gregos, italianos, anglo-saxões e outros que se confundiam em meio às variações de fronteira do Império. É certo que para ser considerado bizantino deveria passar por um processo de aculturação, isto é, assimilar a cultura grega, a língua grega e a religião cristã ortodoxa, exceção dada a nação judaica que nunca se deixou submeter e por isso foi amplamente perseguida.

Estas são as características predominantes das estruturas bizantinas, onde a igreja esteve presente em todos os âmbitos e o poder temporal era o grande regulador da vida do império, inclusive na cultura, que firmada sobre a cultura helenística romana, sempre esteve condicionada pela Igreja e sempre a favor do Estado.

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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Um pouco de Paidéia Grega...

JAEGER, Werner (Wilhelm). Paidéia: a formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, [Brasília]: Ed. Universidade de Brasília, 1979. 966p


Jaeger não utiliza de início a palavra paidéia em estudo sobre a formação do homem grego, pois ele começa sua análise a partir dos escritos homéricos, que tem origem por volta dos séculos IX ou VII a.C. e, portanto, ainda não era utilizado o termo paidéia, que apenas surge no século V e com significado primitivo, referindo-se apenas à criação de meninos. Destarte, ele opta por areté, que no português pode equivaler-se a ‘virtude’, “mas não na sua acepção atenuada, e como expressão do mais alto ideal cavalheiresco unido a uma conduta cortês e distinta e ao heroísmo guerreiro”. Portanto, Jaeger a partir desta definição sobre areté, propõe que sobre este ideal de homem, ocorria a formação do homem grego, tendo em vista que nos escritos de Homero, a Ilíada e a Odisséia, a areté pertence não só a aristocracia, mas também a uma classe acima da aristocracia, isto é, aos guerreiros que possuem habilidades especiais para a guerra, um exemplo disto é à força de Aquiles em a Ilíada e a destreza de Ulisses em a Odisséia. Assim o autor faz seu estudo sobre a formação do homem grego no período homérico sob a areté contida nos escritos de Homero.

Kalokagathía, do grego kalos kai agathos (kalos kagathos), designa bondade/beleza/nobreza. Tanto em Homero quanto em Aristóteles, a areté pertence a uma aristocracia que é dotada desta kalokagathía, entretanto esta bondade/beleza/nobreza manifesta-se em Homero, no sujeito em que é dotado das habilidades para guerrear, que dela usufrui e tem reconhecimento dos outros de sua habilidade. Já para Aristóteles, esta kalokagathía pertence ao homem megalopsychos, ou seja, magnânimo, que tem “uma grande alma”, mas não busca a honra, não tem o desejo da honra como merecimento e sim que age com justa medida, esta justa medida leva o homem a “a apreciação de sua auto-estima, valorização da ânsia de honra e da altivez”, mas não o sujeito físico como ocorria em Homero, para Aristóteles este “alto heroísmo moral” pode ser entendido como “fazer sua beleza”.


(Homero)

Após a vitória dos gregos sobre os persas, Atenas viveu o apogeu de sua cultura no chamado século de Péricles, mas por questões internas envolve-se em uma guerra civil e perde para os espartanos. Esta queda abalou todas as estruturas atenienses, muitos passaram a querer o modelo espartano dentro da própria Atenas, pois o modelo vigente fora o responsável pela queda da “grande” cultura. Como o cidadão grego estava tão ligado à sua polis, isto repercutiu sobre os ânimos de toda a sociedade ateniense e a decisão tomada pela maioria foi a de reconstruir, mas reconstruir sobre o alicerce que os espartanos não conseguiram levar dos cidadãos atenienses, sua cultura. O homem grego de Atenas foi levado a se reconstruir espiritualmente, as reflexões sobre o homem em si, e foi com este espírito que rapidamente Atenas se reergueu alicerçada sobre sua cultura.



A prosa ou escrito científico foi ganhando espaço pouco a pouco dentro da sociedade ateniense, que era marcada pelo aprendizado desde cedo dos poemas homéricos, tragédias e comédias, poetas menores. Esta passagem da poesia para a prosa pode já ser notada nos poemas de Homero, que inauguram um pensamento de ordem, simetria, proporção, harmonia. Nos poemas homéricos os deuses olímpicos são os responsáveis por essa ordem. Dentre os pré-socráticos se manteve por grande parte deles, o escrito poético, sendo Anaximandro, que também era legislador, escrever em prosa e na primeira pessoa. Mas o fato é que no século IV a.C., a poesia se mantém apenas como tradição, contudo não norteia a vida espiritual dos cidadãos, estes recorrem àquela ordem, harmonia para se refazer da guerra e encontram suporte nas legislações, que já eram escritas em prosa, e principalmente nas obras dos grandes prosadores e filósofos: Platão, Xenofonte, Isócrates, Demóstenes e Aristóteles. Assim, a comédia e a tragédia definham, muitas obras são perdidas e temos a prosa grega desse período como nosso maior legado cultural para formação do Ocidente que conhecemos hoje.

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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Você conhece a Bahia?

Eu acompanho de vez em quando acompanho o fórum skyscrapercity (Fóruns Brasileiros) e lá me deparo com imagens belíssimas de nosso país, cidades e paisagens estonteantes e a maioria das fotos mostradas aqui certamente será do skyscrapercity. A idéia de fazer esta série é de mostrar um pouco das cidades baianas, mesmo que seja através de fotos. Pretendo colocar em média de três a cinco fotos por cidade e/ou paisagem, a prioridade será para cidades do interior e quando for possível colocarei legenda para os lugares mostrados de cada cidade. Aproveitem e vejam a Bahia





E para começar escolhi uma cidade que tenho bastante vontade de conhecer, é onde nasceu minha namorada. Eis: Governador Mangabeira




Ano de Instalação: 1962
Microrregião: Santo Antônio de Jesus
Mesorregião: Metropolitana de Salvador
Altitude da Sede: 204 m
Distância à Capital: 70.7443Km

População estimada (2004): 16.809 habitantes


Fontes: Skyscrapercity, Wikipédia e Governador Mangabeira



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